Rede municipal de educação concorre ao Prêmio Educar com Equidade Racial e de Gênero

• Atualizado há 3 semanas ago

Educadoras e educadores da rede municipal de ensino de Belém, que integram o projeto “Escolas Antirracistas”, irão concorrer na 9ª edição do prêmio Educar com Equidade Racial e de Gênero: “Experiências exitosas de Gestão e de Práticas Pedagógicas Antirracistas realizadas em ambiente escolar”, lançado na última terça-feira, 9, com a presença da Coordenadoria da Educação para as Relações Étnico -Raciais (Coderer) da Secretaria Municipal de Educação (Semec).

O encontro, realizado pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc), promoveu uma oficina com orientações sobre como seguir os trâmites da inscrição para concorrer ao prêmio nacional, iniciativa do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert), organização da sociedade civil que atua pela equidade racial e de gênero, busca identificar e valorizar práticas pedagógicas exitosas antirracistas de professores e gestores da educação básica.

“Essa premiação é um incentivo para que a educação antirracista esteja mais presente nos espaços escolares. Hoje estamos com 63 escolas integrantes do projeto “Escolas Antirracistas” – começamos com oito – então, é muito bom saber que professoras e professores, gestoras e gestores, tenham demonstrado interesse em concorrer ao prêmio”, pontua a titular da Coderer, Sinara Dias.

Ela acrescenta, que é uma sinalização positiva dos avanços diante dos desafios de implementar a Lei Nº 10.639, que tornou obrigatório o ensino de história e cultura africana e afro-brasileira no sistema educacional.

Pesquisa Nacional

No início deste ano, pesquisa realizada pelo Geledés Instituto da Mulher Negra e Instituto Alana, revelou que Belém está entre as seis cidades brasileiras – e a única da Região Norte – reconhecida pelas práticas exitosas de combate ao racismo e a quaisquer tipos de manifestações discriminatórias na rede municipal de ensino. As cidades de Cabo Frio (RJ), Criciúma (SC), Diadema (SP), Ibitiara (BA) e Londrina (PR) completam os municípios mais bem avaliados no levantamento. Eles foram na contramão do resultado principal: das 1.187 secretarias municipais de educação ouvidas, 71% das cidades não cumprem a lei.

“A política educacional antirracista na rede municipal de Educação de Belém tem atuado em várias frentes, ao fortalecer ações, programas e projetos que reafirmam o compromisso da gestão no combate ao racismo estrutural no ambiente escolar”, completa Sinara.

O coordenador da 9ª edição do Prêmio Educar, Billy Malachias, explica sobre o objetivo do prêmio. “É, sobretudo, reconhecer, difundir e dar visibilidade a práticas pedagógicas de combate ao racismo, valorizar a equidade racial, ao promover um prêmio como esse que, neste momento, está com perto de 1.700 inscrições no Brasil inteiro”.

As inscrições ao prêmio seguem até o próximo dia 15 de abril. Podem se inscrever os profissionais que estejam em atividade nas diferentes etapas da Educação Básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio) e de todas as modalidades de ensino (Educação de Jovens e Adultos; Educação Escolar Quilombola; Educação Indígena; Educação Profissional e Tecnológica; Educação Especial e Educação à Distância), em todo o Brasil.

Premiação – Serão selecionados 16 trabalhos finalistas e eleitas oito propostas na categoria Prática Docente, sendo que cada uma levará o prêmio de R$ 7 mil, além de um kit de livros na temática de equidade racial e de gênero na educação básica. Será ofertado também um curso virtual de formação continuada no mesmo tema. Na categoria Gestão Escolar, os vencedores também receberão o curso e o kit e uma premiação de R$ 10 mil.

Texto:

Silvia Sales

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