Escola Maria Heloísa de Castro reforça a luta e a resistência indígena com arte, cultura e educação

• Atualizado há 2 semanas ago

Desde o início da manhã desta sexta-feira, 19, as crianças da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Maria Heloísa de Castro, no bairro do Tapanã, começaram a produção para se apresentarem na quadra de esportes com a escritora e Embaixadora das Infâncias, Heliana Barriga; e o Grupo de Artes (GT) da Coordenadoria de Educação Infantil (Coei) da Secretaria Municipal de Educação Semec (Semec).

Era dia de reforçar a luta e a resistência indígena numa programação pra lá de diversificada e multicultural, envolvendo toda a comunidade escolar, com uma mensagem clara, expressa no projeto “Viagem Literária: somos todos iguais nessa aldeia!”, com exibição de música, dança, poesia, e, sobretudo, alegria e inclusão.

Educação Inclusiva – “Nosso projeto diz tudo, somos todos iguais, sem qualquer distinção, com respeito, abraçando e acolhendo todos os estudantes desta unidade, incluindo os Warao, para que eles também se sintam importantes atores nos projetos desenvolvidos aqui”, destaca a diretora da unidade, Arlene Lameira. Na escola estudam 19 Warao.

O espaço escolar foi tomado por crianças que cantam e encantam, por meninas Warao em apresentação de dança, por poesia de Heliana Barriga, por exposição do artesanato indígena, por risos frouxos e aplausos para as brincadeiras puxadas pela palhaça Azeda. “Faz tempo que fui batizada de palhaça Azeda”, conta às gargalhadas, a arte-educadora Juliana Tourinho, quer dizer, a palhaça Azeda mais doce da rede municipal de Educação.

A secretária municipal de Educação, Araceli Lemos, fez questão de participar da festa da educação inclusiva na Escola Municipal Maria Heloísa de Castro. E logo contou uma história pra criançada saber mais um pouco sobre os povos originários. “Uma escola comprometida com a luta e a resistência indígena, que celebração emocionante”, pontua Araceli.

Valorização da cultura indígena

A titular da Coordenadoria de Educação Escolar dos Indígenas, Imigrantes e Refugiados (Ceeiir), vinculada à Semec, Núbia Alencar, explica que desde o dia 15 está sendo realizada a Jornada de Valorização das Culturas Indígenas, com o tema ‘Existência e Resistências Indígenas Urbanas”, ocupando diversos espaços educativos: comunidades indígenas de Belém, escolas, cinema, museu e a Escola de Artes de Belém (Emab). “As atividades nesta escola integram a nossa programação de memória e afeto. Por meio da literatura, música, dança e oralidade vamos resistindo”, ressalta Núbia.

“Ah, eu acho espetacular essa recreação aqui na escola porque a gente brinca e aprende”, conta a estudante Ágata Mariana, com a desenvoltura de uma menina de 6 anos, uma apaixonada confessa pela cultura indígena.

A agenda na Escola Maria Heloísa encerra no dia 2 de maio, às 15h, com apresentação do músico Nilson Chaves e desfile de jovens Warao.

Programação em todo canto – A agenda começou no dia 15, com exibição do longa-metragem “Ainbo – A Guerreira da Amazônia”, no Cine Líbero Luxardo. Na Escola Municipal de Artes de Belém (Emab), teve instalação artístico-literária, contação de histórias, grafismo indígena, cinema e roda de conversa, para receber estudantes da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Honorato Filgueiras.

No dia seguinte, o bate-papo foi sobre educação indígena para criança, na Unidade de Educação Infantil (UEI) Santa Rosa. E estão programadas visitas das escolas à exposição Nhee-porã, no Museu Emílio Goeldi.

Texto:

Silvia Sales

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