Debate sobre educação inclusiva feminina marca o Dia da Mulher no Centro de Referência e Inclusão Educacional

• Atualizado há 1 ano ago

Com o tema “Diálogos e Reflexões sobre Mulheres” o Centro de Referência e Inclusão Educacional (Crie), vinculado à Secretaria Municipal de Educação (Semec), e o Conselho Municipal de Educação (CME) promoveram uma roda conversa para debater sobre violência, preconceito contra mulheres com deficiência, dificuldades no mercado produtivo e acessibilidade. O encontro, alusivo ao Dia da Mulher, foi realizado na última quarta-feira, 8, na sede do Crie.

Na abertura do evento teve poesia apresentada pelo professor Agnaldo Barros, coordenador do programa “Nas Tuas Mãos”, desenvolvido pelo Crie e que atende estudantes cegos e com deficiência visual. Agnaldo conduziu os debates e as atividades.

A coordenadora do Crie, Tatiana Maia, destacou que é preciso reafirmar cotidianamente o papel fundamental da mulher na sociedade. “A desigualdade ainda é grande, mas há luta e resistência e os nossos direitos têm que permear o nosso fazer pedagógico, reiterando nosso compromisso com o respeito a todas as nossas desafiadoras identidades”, enfatizou a professora.

A secretária-geral do CME, Patrícia Cascaes, salientou que o debate deve ser o marco inicial das atividades da Câmara da Pluridiversidade, Inclusão e Direitos Humanos (CPIDH), instituída em dezembro de 2022, e está no organograma do Conselho. A Câmara foi criada para acompanhar e executar políticas públicas educacionais diferenciadas e específicas na educação municipal de Belém. “É muito importante seguir com essas rodas de conversa para avançarmos nas nossas lutas diárias”, pontuou Patrícia.

A escritora Telma Cunha, a pedagoga e pesquisadora Monika Reschke e a psicóloga Gabriela Conduru, convidadas para o evento, ressaltaram a importância da representatividade e a trajetória feminina ao longo da história, a luta por igualdade de direitos e as dificuldades de acesso ao mercado de trabalho por causa das mais variadas deficiências.

“O empregador detecta primeiro a nossa deficiência, e não o nosso potencial produtivo”, lembrou Gabriela Conduru, que tem cegueira. Não é a deficiência que nos limita, é a falta de acesso”, reforçou Telma, cadeirante. 

O evento contou com música, poesia, acolhimento e homenagem a todas as mulheres presentes. “Vamos programar os debates necessários para que possamos enfrentar os desafios que a sociedade nos impõe”, salientou Tatiana Maia, ao acrescentar que “é primordial acompanhar as demandas educacionais reivindicadas por representatividades sociais e políticas ou por sujeitos de direitos a uma educação humana, inclusiva, diferenciada, integral e fortalecidos na rede municipal de educação. É garantir direitos aos historicamente excluídos”, completou.
 

Texto:

Silvia Sales

Veja também

Skip to content