Prefeitura realiza segunda caminhada do Programa Alfabetiza Belém para busca ativa de novos alunos

• Atualizado há 2 anos ago

Com o intuito de alfabetizar mais de 11 mil pessoas até 2024, com turmas de duas horas e meia de aulas, de segunda a sexta-feira, a Secretaria Municipal de Educação (Semec), realizou neste sábado, 4, a segunda Caminhada da Alfabetização, que ocorreu na Feira do Barreiro, com concentração na ponte do Galo, na travessa Mauriti com a avenida Senador Lemos.

A caminhada divulgou informações sobre as 120 turmas de alfabetização, que estão com inscrições abertas às pessoas que desejam voltar para a escola e aprender a ler e escrever, não somente os códigos linguísticos, mas também o mundo conforme inspirou Paulo Freire, patrono da educação brasileira. 

Alfabetiza Belém – A ação faz parte do Programa Alfabetiza Belém, que tem por objetivo resgatar do analfabetismo pessoas que não tiveram oportunidade de estudar, em parceria com instituições de educação e movimentos sociais.

A coordenadora Márcia Carvalho, da Semec, diz que o Alfabetiza Belém tem grande relevância de trazer um direito que foi retirado de muitas pessoas, o de estudar. Ela diz que os matriculados terão o apoio da Prefeitura de Belém nesta caminhada.

”Esta é a oportunidade que o governo da nossa gente está trazendo para as pessoas, que têm a força de vontade de voltar a frequentar uma sala de aula e de aprender a ler e escrever. Quem ainda não conseguiu chegar às escolas, pode procurar os centros comunitários locais, as igrejas e movimentos sociais, onde conseguimos abrir salas de aulas, e lá estará presente o Alfabetiza Belém. Vamos tornar Belém um território livre do analfabetismo”, declara Márcia. 

Defesa do direito à educação – As turmas são destinadas aos jovens a partir dos 15 anos de idade, adultos e idosos e começarão a funcionar ainda neste primeiro semestre de 2022. Elas funcionarão de acordo com as demandas das regiões continental e insular de Belém.

Márcia Carvalho ressalta que Belém vai sediar um grande movimento de defesa dos direitos à educação de quem ainda não conseguiu entrar na sala de aula. O projeto tem como objetivo alfabetizar 2.400 pessoas na capital, distritos e regiões das ilhas até outubro e iniciar a mesma meta em 2023.

A coordenadora dos distritos Dasac (Sacramenta), Dagua (Guamá) e Damos (Mosqueiro), Vanessa Melo, diz que as ações são realizadas nos locais próximos onde os alfabetizadores e alunos residem, para facilitar a locomoção e o acompanhamento.

”Procuramos está mais perto dos lugares que sejam da comunidade, para que os estudantes não precisem se deslocar para tão longe e facilitar a sua ida às aulas”, disse Márcia Carvalhi. Ela concluiu dizendo que a ação, promovida neste sábado, obteve grandes resultados e faltaram poucos matriculados para completar o número total da turma local. 

Com alegria e satisfação – A feirante Deusa Moraes, 82 anos, conta que o seu maior desejo é ler a bíblia e vê, na iniciativa do governo, a esperança deste sonho se tornar realidade.

”Eu morava no interior, na beira do rio, tinha vontade de estudar, mas meus pais não deixaram. Vim para Belém e até tentei estudar, mas tive sete filhos e tinha que trabalhar para sustentá-los. Tive dificuldades de aprender, então deixei de lado, devido às circunstancias. Mas a vontade de aprender a ler e escrever sempre existiu dentro de mim. Sinto que agora, com essa oportunidade, aprendo a ler a bíblia sozinha”, revela entusiasmada.

Depois, o programa segue para a segunda etapa, alfabetizando mais 2.400 pessoas ainda este ano. São 80 turmas que serão assistidas pelo Movimento República de Emaús e 40 turmas pelo Movimento Sem Terra (MST).

Texto: Amanda Cunha

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