Prefeitura de Belém reforça política integral de atendimento a pessoas com espectro autista

• Atualizado há 1 ano ago

A Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semec), promoveu na manhã desta sexta-feira, 31, Simpósio sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) para tratar do fortalecimento das políticas de inclusão, envolvendo as famílias e estudantes da rede municipal de ensino.

O evento, organizado pelo Centro de Referência em Inclusão Educacional (Crie) Gabriel Lima Mendes, é dedicado ao Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, celebrado no dia 2 de abril, e instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 18 de dezembro de 2007.

A abertura da programação foi no auditório Ismael Nery, no Centur, com o pronunciamento da secretaria municipal de Educação, Araceli Lemos, que representou o prefeito Edmilson Rodrigues. O diretor-geral da Semec, Laurimar Matos; a coordenadora do Crie, Tatiana Maia; e o coordenador do Programa de Atendimento às Necessidades Específicas do Transtorno do Espectro Autista (Proatea), Edmilson Lima, participaram do encontro.

Araceli Lemos destaca a necessidade de emprestar visibilidade ao tema para sensibilizar a comunidade escolar e toda a sociedade. “Reafirmo que há o compromisso da gestão com essa causa, a garantia de uma política pública integral capaz de dar suporte às pessoas com espectro autista atendidas pela rede municipal de ensino”, enfatizou a titular da Semec.

Público prioritário – Ela lembra que esse público é prioritário para atendimento de matrícula na rede municipal de educação. “Enfrentamos desafios, mas, sobretudo, potencializamos as boas experiências, fortalecendo os processos formativos para assegurar o atendimento adequado às pessoas com este transtorno”, pontuou.

Para a coordenadora do Crie, Tatiana Maia, o simpósio reúne especialistas renomados e compartilha experiências exitosas desenvolvidas nas escolas em defesa da causa do autismo. “Neste encontro, vamos obter novas informações sobre os avanços da ciência para o diagnóstico do transtorno e transformar esse aprendizado em estratégias pedagógicas diárias. Os desafios são muitos, mas estamos todos juntos nesta luta”, ressaltu.

Palestra – A neuropsicopedagoga Natahlia Reis foi a palestrante da manhã. Ao abordar o tema “Inclusão e Acessibilidade: da escolarização ao mercado de trabalho”, ela reconhece os avanços científicos dos últimos 30 anos, mas entende que muito ainda precisa avançar, especialmente para garantir a inclusão de pessoas com TEA no mercado de trabalho. “Os autistas ainda não são bem aceitos na esfera do emprego, ainda estamos na luta para superar essa barreira”.

A agenda seguiu com a participação da terapeuta ocupacional Thamires Vasconcelos na palestra “Estratégias de intervenção junto à criança com TEA em sala de aula”. Depois foi a vez da neuropsicóloga Talytha Teixeira das Neves falar sobre “Como a neuropsicologia pode contribuir para a educação de pessoas com transtorno do espectro do autismo”. 

A professora de sala de recursos mutifuncionais da Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental (EMEIF) Satélite, Gely Albuquerque, destaca a importância do encontro. “É uma temática fundamental para a nossa formação de educadora, uma vez que apresenta novidades nesse campo e nos orienta sobre as práticas mais avançadas para lidar com essa condição”. Ela contou que a unidade educativa atende 26 estudantes com autismo e mais 6 com outras deficiências. 

Thaise Macedo Mendes é mãe do José Efraim, de 15 anos, estudante da Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental (EMEIF) Vanda Célia Ferreira de Souza, em Icoaraci. Ela relata, com orgulho, o desenvolvimento do estudante após o suporte escolar. “Meu filho desenvolveu muito na escola, estou feliz com os investimentos feitos pela Prefeitura para os avanços apresentados no dia a dia do Efraim”, ressaltou. 

Arte que transforma

No hall de entrada do auditório Ismael Nery, uma exposição de desenhos e livros, performances e cantoria, referendava as potencialidades dos estudantes com autismo.

O Efraim, da EMEIF Satélite, apresentou seus dotes artísticos e aproveitou para comercializar seus desenhos. “Desde os 10 anos eu gosto de ver desenho animado na TV e busquei esses personagens para desenhar”, relata o estudante. O canto do Alan Kauê, de 17 anos, emocionou a plateia. E Lucas Quaresma mostrava seus livros de histórias em quadrinhos, todos já publicados. 

Programação – A programação segue até o dia 30 de abril, com debates, caminhadas em Belém e Mosqueiro e atividades culturais. Atualmente, o Crie atende 1.234 estudantes com autismo, o que corresponde a 52% da demanda total do atendimento da educação inclusiva, que hoje alcança 2.254 pessoas com os mais variados tipos de deficiência. 

Texto:

Silvia Sales

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