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Nesta quarta-feira, 05, a Prefeitura de Belém dá início à programação da XVI Semana Municipal do Meio Ambiente, com a participação de várias entidades municipais, como a Secretaria de Educação (Semec), que vai apresentar no evento o projeto Meu Pequeno Jardineiro, em parceria com a Secretaria do Meio Ambiente (Semma). E o projeto “Educando com a Horta e Gastronomia na Escola”, que busca unir a educação ambiental e alimentação saudável, por meio de cultivo de hortas nas escolas do município, em uma parceria com a Fundação Municipal de Assistência ao Estudante (FMAE).
Uma das escolas que tem uma horta muito produtiva é a Sebastião dos Santos Quaresma, localizada na ilha do Combu, vinculada à Semec. A escola também desenvolve, há quatro anos, o projeto Educando com a Horta e Gastronomia na Escola, reunindo cerca de 80 alunos da educação infantil ao 5º ano, com o apoio da equipe pedagógica da escola e da Fundação Municipal de Assistência ao Estudante (FMAE).
Projeto – O projeto Horta faz parte do programa de Alimentação Escolar Municipal, que incentiva hábitos alimentares saudáveis, por meio de prática pedagógica, gastronomia e da educação ambiental. Os alunos são estimulados em ambientes de aprendizagem diversificados, permitindo a interação e debates dos temas na sala de aula.
A professa Ana Paula Lopes, da escola do Combu, explica como é a rotina na horta. “Cada turma tem o dia de cuidar, molhar, fazer a limpeza e colher. A convivência dos os alunos com as rotinas da horta gera uma relação intimidade com o espaço. Essa convivência os conscientiza sobre a importância de cuidar das plantas e do meio ambiente”, destaca.
A experiência adquirida na horta vai para dentro da sala de aula. De acordo com cada disciplina, os alunos desenvolvem atividades pedagógicas, estimulando tanto físico, quanto mentalmente, por meio de produções textuais, desenhos e outros. A junção da teoria e prática é fundamental para potencializar o processo de aprendizagem.
“A horta serve de base no aprendizado das disciplinas. Em português, focamos na produção textual e por meio dessa produção os alunos desenvolvem o hábito da leitura e escrita. Já na aula de ciências, os alunos acompanham de perto como se dá o nascimento e o desenvolvimento das verduras e legumes”, ressaltou a professora Ana Paula.
José Marques, diretor da escola, contou que no início a aceitação das hortaliças era difícil. “As crianças não tinham o hábito de ingerir hortaliças na alimentação. As merendeiras tiveram que criar um prato acessível ao gosto das crianças. Hoje, percebemos o quanto mudou a questão do aproveitamento e aceitação dessa alimentação, porque elas repetem o lanche”, explicou o diretor.
Prêmio – Professoras e merendeiras trabalham em conjunto com as crianças na sala de aula desenvolvendo ideias e criando receitas que são colocadas em práticas pelas merendeiras na confecção dos lanches.
Rosiete de Oliveira é merendeira há 20 anos e criou a receita Sabores da Ilha, premiada nacionalmente na segunda edição do concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar, promovido pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), em 2017. O prato de peixe cozido, acompanhado de pirão e de arroz com talos de verduras, passou por várias seletivas do concurso e ficou em segundo lugar na região Norte.
“Eu adaptei a receita de peixe cozido, priorizando os produtos regionais, como a macaxeira, o jambu, coentro e chicória. Um prato simples, mas feito com muito amor para as crianças da escola. Não se desperdiça nada. O arroz é feito com os talos das verduras e do caldo do peixe, eu faço o pirão,” conta Rosiete.
Cultivo – Plantar as sementes das verduras, regar e colher os legumes na horta são atividades físicas que contribuem no desenvolvimento motor das crianças. As atividades também colaboram com o desenvolvimento cognitivo e sensorial olfativo, que são estimulados com o contato, o cheiro e quando eles comem o que plantaram. A aluna do segundo ano, Marcela Marques, de sete anos, conta o que mais gosta de fazer. “Eu gosto mais de colher as verduras e de comer carirú”, disse.
Ao participarem do processo de cultivo e do cuidado com a horta, os alunos passam a conhecer os alimentos, de onde eles vêm, seus benefícios e os nutrientes necessários para o crescimento deles.
Por meio do cultivo da horta é possível inserir o hábito da alimentação saudável, desde cedo, nas escolas municipais. “O projeto não se prende ao plantar e o colher, ele é uma ferramenta pedagógica que aproxima o aluno, a educação ambiental, alimentar e nutricional. E que permite que ele passe a conhecer e se alimentar daquilo que ele mesmo ajudou a produzir, introduzindo as hortaliças na alimentação deles, mudando assim hábitos alimentares”, explica o presidente da Fundação Municipal de Assistência ao Estudante (FMAE), João Moraes.
A FMAE trabalha para garantir a alimentação saudável nas escolas municipais com a elaboração do cardápio, avaliação do estado nutricional dos alunos e o trabalho que é desenvolvido com as merendeiras por meio de palestras, oficinas e cursos de qualificação, que complementam este trabalho.
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