Com o tema “Belém da nossa gente, construindo uma cidade educadora”, a Secretaria Municipal de Educação (Semec), por meio Diretoria de Educação (Died), promoveu o I Encontro de Formação Permanente nesta quarta-feira, 27, para educadores como diretores, coordenadores e professores da rede municipal de ensino.
O evento foi transmitido pelo canal do Núcleo de Informática Educativa (Nied), no YouTube, nos horários de 9h30 às 11h30 e de 17h às 19h, e contou com a tradução em Língua Brasileira de Sinais (Libras). Pela manhã, 1.717 pessoas participaram da formação. Pela tarde, foram 818.
Conduzido pela professora Taíssa Barbosa, coordenadora da Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJAI), pela manhã, e pela professora Tatiana Maia, coordenadora do Centro de Referência em Inclusão Escolar “Gabriel Lima Mendes” (Crie), o evento iniciou com a apresentação artística da professora Rita Melem, que declamou o poema de sua autoria “Mandala dos Sonhos” e “Esperança do verbo esperançar”, de Paulo Freire, que em seguida foi destacado mais uma vez pela secretária Márcia Bittencourt.
“Esperançar é o nosso verbo para construir a educação e a cultura em Belém e para torná-la uma cidade leitora. Saúdo a todos, pois a prática da leitura e a construção histórica que está acontecendo na rede representa a luta de vocês. Iniciamos aqui esse processo de formação permanente que foi pensado, organizado e construído pela classe trabalhadora”, disse Márcia Bittencourt. Ela ressaltou que os desafios da educação no município são amazônidas, agravados pela pandemia e a falta de acesso à tecnologia.
Recentemente, a Semec realizou uma diagnose com 2.016 professores para avaliar o ano letivo de 2020, que apontou que 84% utilizaram atividades impressas quinzenalmente para tentar manter o acesso ao ensino e aprendizagem aos estudantes, mas que a maioria dos responsáveis não foi buscar as atividades. A secretaria concluiu que a aprendizagem foi comprometida em 2020, mas que também houve, por exemplo, crianças que aprenderam a ler e professores que conseguiram desenvolver suas atividades com os alunos.
“A situação epidemiológica do município ainda é preocupante e deve se estender neste primeiro semestre, nos desafiando como educadores a pensar coletivamente em estratégias para garantir a aprendizagem em tempos de pandemia”, afirma a secretária de Educação.
Márcia Bittencourt anunciou que em breve será feito o lançamento do centenário do patrono da educação brasileira, Paulo freire. “A Semec vai ficar à frente para que a gente possa encontrar, juntos, soluções para as desigualdades no município de Belém, e assim poder declarar o nosso território livre do analfabetismo”, declarou.
Estavam presentes na formação, a Diretora de Educação, Dorilene Melo, o Secretário de Cidadania e Direitos Humanos (SECDH), Max Costa e o Presidente da Escola Bosque, Alickson Lopes, que fizeram uma breve apresentação de suas atribuições e colaborações a respeito da educação pública. Os palestrantes convidados do Círculo Cultural foram os professores e pesquisadores, Ivanilde Apoluceno, e João Colares, ambos da Universidade Estadual do Pará, que destacaram alguns caminhos embasados na teoria Freireana para orientar os educadores da rede municipal nesta nova gestão.
“É preciso refletir sobre uma escola que necessitamos. Isso significa democrática, inclusiva e no contexto da Amazônia. Voltada para a cidadania e assumir a responsabilidade ética e política com o outro, numa dimensão humanista. Olhar para alunos e professores como pessoas e compreender a sua integralidade, o aluno co-participante do processo de ensino. A escola precisa construir a democracia fazendo democracia. Reconhecendo as diferenças. Crianças que sofrem opressão bloqueiam o pensamento. O acolhimento traz muitas possibilidades de aprendizagem. As pessoas precisam ser orientas”, explicou Ivanilde.
João Colares destacou como se constroi uma cidade educadora com um apanhado histórico. “É considerada uma cidade que educa, quando além das suas funções tradicionais como econômica, política, e etc, exerce uma nova função, cujo objetivo é a formação para e pela cidadania, promovendo o protagonismo de todos. Paulo Freire fala da nossa posição política com base emancipatória. Novas políticas educacionais com a formação permanente, alfabetização e a gestão democrática é o caminho. Reinventar a cara da escola, não apenas para transmissão de conteúdo, e sim partilhar diálogo com a comunidade. Abrir as escolas para os movimentos sociais e torná-las mais cidadã e itinerante”.
O evento encerrou com a apresentação musical da professora Cris Rodrigues com a música de sua autoria “Menina árvore” e “Rio menino”, em parceria com Daniel Leite.
Tábita Oliveira
[metaslider id=3511]