Projeto Cine Curau usa o cinema para incentivar o senso crítico e reflexões entre alunos do município

• Atualizado há 3 anos ago

A Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semec), realizou a primeira sessão cineclubista do projeto Cine Curau, implementado pelo Núcleo de Arte, Cultura e Educação (NACE) da Semec. A sessão ocorreu na quarta-feira, 23, na sala de exibição, da Casa das Artes, com o filme mexicano Já não estou aqui, de 2019. 

A iniciativa faz parte de um termo de cooperação firmado entre a Prefeitura Municipal de Belém, o Instituto Auschwitz e o Ministério Público. A proposta é promover ações culturais para a rede municipal de ensino de Belém que fortaleçam o compromisso com os direitos humanos, tanto no investimento em alfabetização crítica, como em abordagens de temas fundamentais que estão em debates para a transformação de males sociais, como o racismo estrutural, o heteroterrorismo, o patriarcado, a desigualdade social, os epistemicídios e a colonialidade.  

Reflexões de ideias – Diferentes das sessões comerciais, onde o exibidor visa o lucro, a sessão cineclubista tem por finalidade educativa promover reflexões de ideias, a partir do afeto que o filme provoca.

O coordenador do Cine Curau, Mateus Moura, acrescenta que o projeto prevê o encontro entre arte, cultura e educação. ”A proposta é fazer nas sessões e conversas com alunos, professores da rede municipal e com a cidade em geral. Ou seja, ações culturais através do cinema”, explica. 

Pedagogia da autonomia – Ele ressalta que, com base na pedagogia da autonomia, de Paulo Freire, o projeto vai trabalhar a alfabetização crítica do olhar de diversas formas complementares a partir da Oficina de Criação Cinematográfica, da Oficina de Formação Jovem Cineclubista, do Curso de Formação Cinema nas Escolas e da Conferência Crítica das Amazônias, que serão desenvolvidos ao longo do ano.

Sessão – O filme mexicano Já não estou aqui é do autor Fernando Frias de la Parra e tem características de cinema independente. Ele conta a história de Ulises, um líder de uma gangue da periferia mexicana, que, após entrar em conflito com um rival, precisa fugir para os Estados Unidos. Ulises é um garoto de 17 anos que ama dançar e influencia seus amigos da comunidade. Os temas de maior destaque no filme foram liberdade, liderança, medo e desesperança. 

Após a exibição do longa-metragem, houve debate sobre os pontos principais nos olhares dos professores que se faziam presente. Simone Lemos, coordenadora pedagógica da Escola Benvinda de França Messias (EMEF), situada em São Brás, ressaltou a importância da iniciativa do cineclube.

”Eu achei excelente e interessante à iniciativa do cineclube. Vi algo parecido em algumas escolas, mas não neste formato de trazer um filme e debater sobre pontos principais. Então, este formato é muito rico, porque vai despertar o conhecimento, o senso crítico e a construção de conhecimentos”, conclui.

Texto: Amanda Cunha

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