Professores da Semec acolhem estudantes da etnia Warao na Ciranda da Integração

• Atualizado há 3 anos ago

A Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semec), realizou nesta quinta-feira, 10, a Ciranda da Integração. Técnicos da Coordenação da Educação Escolar dos Indígenas, Imigrantes e Refugiados (Ceiir) levaram os professores das escolas, nas quais as crianças e adolescentes Warao estão matriculados, e realizaram com os estudantes atividades como pintura, contação de estórias, colagem e brincadeiras.

Contato prévio – O objetivo da Ciranda da Integração é garantir um contato prévio com os mais de 50 alunos da etnia Warao que vivem em um abrigo mantido pela Prefeitura no bairro do Tapanã e que estão matriculados no ensino regular da rede municipal de educação.

A técnica da Ceiir, Núbia Alencar, ressalta que o momento é significativo, porque se trata de um primeiro contato entre professores e alunos, gerando uma aproximação necessária para o início da criação de um vínculo.

Dignidade – Andrea Ribeiro, assistente social do abrigo onde vivem mais de 160 refugiados da Venezuela, afirma que oferecer um lugar digno, garantir quatro refeições por dia é muito importante, mas abrir as portas para quem largou tudo para trás em busca de uma vida melhor, dando acesso à educação e ajudando a promover um futuro digno para esta gente, é o que importa.

O pequeno José Warao, de 6 anos, não vê a hora de começar a estudar. Ele diz que o abrigo é bom, mas que ele quer ir à escola e jogar bola com os brasileiros. 

O povo Warao, segundo dados da Organização das Nações unidas (ONU), começou a chegar ao Brasil em 2015 pela fronteira com Boa Vista (RR). Muitos passam por Manaus (AM) até chegarem a Belém.

Sem casa, comida e trabalho, as ruas da capital paraense passaram a ser as únicas opções para as famílias Warao.

Acolhimento – A Fundação Papa João XXIII (Funpapa), retirou a população Warao das ruas e a acolheu em abrigos. O passo seguinte foi oferecer educação gratuita e de qualidade aos pequenoso indígenas, que com suas famílias foram inseridos no Sistema de Proteção Social de Alta Complexidade. 

Nulcia Azevedo, pedagoga há 40 anos e que trabalha no anexo Amigos Solidários, não vê a hora de receber os 33 alunos na unidade. Ela disse que começará a alfabetizar a criançada em português, espanhol e na língua Warao.

Futuro – Jesus Nunes, que chegou em Belém com toda a família, revela que agora se sente muito importante. Ele  vai ajudar como tradutor nas escolas e já pensa em um futuro melhor para ele e para os dois filhos.

Pensando na inclusão e no bem-estar dos alunos Warao, a secretária municipal de educação, Márcia Bittencourt, informa que vai garantir merenda que agrade às crianças indígenas, como mandioca e frutos que eles já tinham o costume de comer.

Gestão – Para a secretária, “se eles escolheram Belém para viver, é dever da gestão pública tratar bem esse povo e garantir o mínimo de dignidade possível”.

Texto:

Eduardo Marques

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