No mês de luta dos povos indígenas, a Prefeitura de Belém inaugurou na Fundação Escola Bosque, a primeira turma para alunos na faixa etária de 7 a 10 anos da etnia Warao. A aula inaugural foi realizada no projeto Horta do Conhecimento e o primeiro momento foi de observação, da interação das crianças com o meio ambiente, para que a escola possa captar a linguagem ideal para desenvolver a relação da educação ambiental com o processo alfabetizador, sempre com a perspectiva de fortalecer a identidade indígena.
A secretária municipal de Educação, Márcia Bittencourt, de Belém destacou a iniciativa da prefeitura. “Isso é o governo da nossa gente, é sonho nosso poder alfabetizar Belém e trazer todos os imigrantes e refugiados para as escolas. Então hoje é uma data muito significativa pois é ver um processo se concretizando. É um momento de alegria, de celebração”.
As atividades de prática educativa e de inclusão social na Funbosque vão ocorrer todas as quartas e sextas-feiras no projeto Horta, que desenvolve práticas ambientais e o raciocínio lógico aliando os saberes científicos e populares. Nos demais dias da semana, os alunos indígenas têm atividades educativas na Escola Municipal Pedro Demo.
Para Gardenã Cuper, mãe dos alunos Rosanis Cuper, 7, e Ronaldo Torres, 9, o sentimento é de alegria com a vivência de seus filhos com a natureza.
“Eu me sinto muito alegre por tudo o que está acontecendo, porque faz tempo que não tenho contato com a floresta. Meus filhos nasceram na cidade e não viram isso em nosso país. Aqui eu posso sentir de onde realmente eles são e até eu mesma sinto essa potência que é a Escola Bosque. Este é um momento muito bom tanto para as crianças como para os adultos”.
O presidente da Funbosque, Alickson Lopes, deu as boas-vindas aos novos alunos da instituição. “Nós somos um só povo. Todos são bem-vindos na Fundação e estamos muito empenhados nesse projeto”, afirmou.
Os indígenas da etnia Warao, que migraram da Venezuela, enfrentam uma série de dificuldades cotidianamente em território brasileiro e a barreira da linguagem é uma delas, sendo que muitos se comunicam em espanhol. Na Funbosque eles vão ter esse suporte. “ Contratamos professores que falam espanhol, para ajudá-los nesse momento com a escola”, informou a titular da Semec, Márcia Bittencourt.
“A importância do ensino do espanhol nesse lindo projeto da Semec em parceria com a Escola Bosque, é de não somente acolher os índios Warao, mas também no cuidado em diminuir a barreira do idioma, por meio de um intérprete tornando o momento prazeroso e proveitoso para todos”, avalia a professora de Espanhol da Funbosque, Mayara Coelho.
Texto: Prefeitura Municipal de Belém
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