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Para a pequena Dyana Yasmim Silva de Souza, de 9 anos, ajudar no dia a dia a sua amiguinha Maryna Soares, de 8 anos, que é cadeirante, sempre foi algo muito natural. “Gosto de ajudar às pessoas. E toda vez que ela chega na escola, pego logo a mochila, ajeito ela e vou ajudando nas atividades que a professora passa”, conta Yasmim, que é uma das monitoras do projeto Amiguinhos da Inclusão e Diversidade.
O projeto promoveu na manhã desta terça-feira, 25, uma atividade de teatro com os monitores de inclusão e os alunos com deficiência, do 1º ao 5º ano, da escola Walter Leite, no bairro Catalina. A atividade é alusiva ao Dia Nacional de Luta da Pessoa Com Deficiência, transcorrido no dia 21 de setembro.
Bem esperta como qualquer criança, Maryna Soares comenta que fica feliz de ter muitas amigas na escola, em especial, Dayane, que está sempre com ela. “Gosto muito, muito da Dyane, ela me ajuda nos deveres e nos divertimos bastante na hora do recreio com as nossas outras amigas”, conta a menina.
Atividade – Cecília Barriga, professora do programa de Atendimento Educacional Especializado (AEE), e do Programa Artes Cênicas, Expressão e Inclusão, do Centro de Referência de Inclusão Educacional Gabriel Lima Mendes (Crie), realizou uma atividade teatral com os alunos envolvendo música, dança, contação de histórias e muita afetividade.
“Para desenvolver a aprendizagem, o primeiro passo é trabalhar o bem-estar, a afetividade e a poesia, que é inerente da infância. É importantíssimo que a gente conviva com as diferenças e aprenda a respeitá-las. Os alunos, desde aquele mais tímido ou com mobilidade reduzida, até o mais hiperativo participaram das atividades”, explicou Cecília, que lembra que cada criança tem o seu tempo de aprender e que a inclusão é um desafio para todos.
Aluno – Encantado com a interpretação da bruxa da tia Barriga, Nayan Ronildo da Silva Guedes, de 6 anos, conta que a melhor forma de cuidar dos coleguinhas com deficiência é brincando. “Eles são muito legais e a gente pode brincar muito”, comentou.
Após distribuir pipocas e pirulitos, a professora Mariza Barbosa, idealizadora do projeto Amiguinhos da Inclusão e Diversidade entregou certificados para os monitores da inclusão, como reconhecimento a quem integra os coleguinhas com deficiência, durante as atividades escolares.
Pais – Muitos pais reconhecem e ficam satisfeito em ver que tanto os monitores da inclusão, quanto os alunos com deficiência, estão aprendendo a respeitar uns aos outros.
“Somos evangélicos e é bom que ela aprenda a respeitar o próximo. Muitas pessoas acham que a pessoa com deficiência vai dar trabalho e muitas delas são muito talentosas”, comenta o senhor Manoel de Jesus da Conceição, pai da Mayra da Conceição, uma das monitoras da inclusão.
“A escola é ótima para minha neta. Ela conta tudo, sobre as amiguinhas e a professora. É muito bom ver que ela se sente bem acolhida na escola”, conta Ângela de Almeida Castro, avó de Maryna Soares, que acompanha a neta no contra turno, nas atividades na sala de recursos multifuncionais e é só elogios à professora. “Acho fantástico o trabalho feito com a professora Mariza”, disse.
Projeto – Premiado em 2017, na etapa estadual do concurso “Professores do Brasil”, o projeto Amiguinhos da Inclusão e Diversidade foi idealizado pela professora Mariza Barbosa, que há 11 anos trabalha com alunos com deficiência e há três desenvolve na escola esta iniciativa entre os alunos da sala regular, junto aos alunos da sala de recursos multifuncionais.
“A cada ano, o projeto trabalha de forma diferente. Este ano, estamos trabalhando questões sensoriais como a de ouvir a contação de história, tocar alguns materiais didáticos, e, hoje, buscamos a percepção do corpo a partir da arte educação, sempre ligado ao respeito às diferenças”, explica Mariza, que incentiva a humanização daquele aluno que ajuda, em sala de aula, o coleguinha com deficiência.
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