Foi encerrada nesta sexta-feira, 5, no Centro de Referência em Inclusão Educacional Gabriel Lima Mendes (Crie), vinculado à Secretaria de Educação (Semec), a III Semana Municipal de Conscientização sobre o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). A programação em alusão ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado no dia 2 de abril, foi realizada ao longo desta semana com caminhadas, palestras e oficinas.
O encerramento contou com a palestra “Fonoaudiologia e os alunos com TEA”, ministrada pela fonoaudióloga Lídia Damasceno, e a palestra sobre “Acessibilidade e material adaptado para o atendimento ao aluno com TEA”, com a psicopedagoga Noah Chiavenato, voltadas para professores e pais de alunos.
“Muitas crianças não possuem condições de adquirir um tratamento com um fonoaudiólogo, e o Crie entra com esse suporte de incluir as crianças no tratamento para que elas possam ter autonomia e inseridas na sociedade. A palestra veio orientar os professores sobre como atuar com as crianças com TEA dentro da sala de aula”, explicou Lídia Damasceno.
Ações – No decorrer da semana, o evento realizou diversas ações de conscientização do autismo para professores, alunos e familiares. Dentro da programação houve caminhada e “cãominhada” no distrito de Mosqueiro, palestras sobre musicoterapia, roda de conversa sobre tecnologia assistiva para alunos com autismo, programas de vivência entre família e escola, audiência pública na Câmara Municipal para tratar sobre os direitos, entre outras.
Para o professor do Programa Ciranda da Família do Crie, Luiz Mussi, que trabalha diretamente com o envolvimento das famílias e os alunos com autismo, a Semana de Conscientização do Autismo trouxe um retorno de todos os trabalhos desenvolvidos no ano. “Esse evento é fundamental, pois durante o ano nós trabalhamos a inclusão social com diversas práticas nas escolas, e durante a semana, podemos observar o resultado promissor do nosso trabalho. É inspirador”, elogiou.
Dados – O Dia Mundial de Conscientização do Autismo foi criado pelas Nações Unidas em 2007 e tem como objetivo disseminar informações a respeito do autismo, que atinge cerca de 2 milhões de brasileiros, segundo dados do Center of Diseases Control and Prevention – Centro de Controle de Prevenção de Doenças (CDC). Atualmente, em Belém, mais de 400 crianças com autismo estão inseridas na rede municipal de ensino.
A coordenadora do Crie, Denise Corrêa, ficou animada com o envolvimento de pais e alunos na programação nesta terceira edição do evento. “Essa edição superou nossas expectativas e já estamos articulando novas ações para o próximo ano. Acabamos de vivenciar uma semana de conscientização do autismo, porém não estamos focando somente nas escolas, como também nas comunidades, trocando experiências, atualizando dados e avaliando os avanços”, explicou.
“Tivemos uma semana muito intensa, com ações inéditas, sentimento de inclusão e muito envolvimento dos participantes”, complementou Denise.
Crie – O Centro de Referência em Inclusão Educacional Gabriel Lima Mendes (Crie) trabalha com uma equipe multiprofissional, formada por terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, pedagogos e psicopedagogos, a partir de um plano de desenvolvimento individualizado e em grupo, para despertar habilidades e talentos de alunos com deficiência física, visual, intelectual, múltipla, surdez, transtorno do espectro autista, que estão matriculados na rede municipal de ensino de Belém.
Edmilson Lima, mediador do Programa de Atendimento ao Aluno com Transtorno do Espectro Autista (Proatea) do Crie, avalia que a semana de conscientização foi muito positiva. “O evento está sendo visto com orgulho pela equipe multiprofissional, pois observamos a resposta dessa inclusão do aluno nas escolas, o que está sendo feito e o que pode melhorar. Cerca de cem crianças passam por uma avaliação mensal no programa do Crie e por meio do evento podemos ver o resultado dessa dedicação”, avaliou.
Autismo – O autismo é considerado um transtorno do neurodesenvolvimento, ligado ao déficit na estimulação cognitiva, linguagem e interação social. O nível do transtorno pode ser leve, médio e severo. A partir do nível diagnosticado, os sintomas são brandos ou graves, podendo ocasionar hipersensibilidade olfativa, auditiva e da visão. Uns dos métodos para o diagnóstico do Transtorno do Espectro do Autismo pode ser através da Escala de Pontuação para o Autismo na Infância (Escala CARS), que mede os sintomas e sinais, como o olhar e a percepção de sons.
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