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Com a proposta de alfabetizar trabalhadores e pessoas em situação de rua, a Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semec), retornou na tarde de segunda-feira, 5, com as aulas do projeto Alfabetização em Movimento, nos polos do Mercado de Carne, no complexo do Ver-o-Peso; e Centro POP, no bairro de São Brás, para dar continuidade ao aprendizado das duas primeiras turmas.
A professora Sônia Maria Koury, do polo Mercado de Carne Francisco Bolonha, que leciona há 26 anos para adultos, conta que no primeiro semestre, os 20 alunos deram os primeiros passos no letramento, alfabetização e Matemática básica.
“Começamos ensinando a escrita do nome de cada um. Depois, passamos para o aprendizado do alfabeto, da formação das sílabas a partir de palavras do cotidiano deles. Trabalhamos com jogos, fazendo a relação de figuras e palavras, exploramos o glossário e fizemos algumas leituras e escritas de pequenos textos com auxílio de revistas”, explica Sônia, orgulhosa do desenvolvimento dos alunos.
Ela ainda ressalta que, apesar de muitos alunos não terem tido a oportunidade de frequentar a escola na idade adequada, cada um traz uma experiência de vida que torna cada aula única, proporcionando um aprendizado mútuo.
Ainda segundo a professora Sônia, os alunos ficaram tão entusiasmados com as aulas que nem queriam parar nas férias de julho. Em compensação, ela deixou um exercício com estímulo para eles fazerem nas horas de folga. “Todos já conseguem ler pequenos textos. Mas o que me surpreendeu foi como eles dominam a Matemática”, elogiou a professora.
Histórias de vida – Josimar Ferreira Rocha, de 32 anos, vendedor de lanches no Ver-o-Peso, se lembra de que só pode registrar a filha mais velha, que hoje tem 12 anos, após treinar a sua assinatura por três anos. “Morria de vergonha, mas treinei a minha assinatura para registrar a minha filha. Agora, aprendi a assinar meu nome de uma forma mais bonita. E a minha filha me ajuda em alguns exercícios que a professora passa”, contou. “Tô muito feliz e depois quero fazer um curso técnico para conseguir um emprego com carteira assinada”, planeja Josimar.
Maria Iracilda Siqueira de Oliveira, de 62 anos, erveira do Ver-o-Peso, conta que estudou até a antiga terceira série. “Sou de Belterra e vim muito nova para Belém. Comecei a trabalhar muito cedo, porque também me casei, e logo vieram os filhos. Não foi possível voltar à escola, consigo ler um pouco, mas tenho dificuldades na escrita. Sempre troco as letras na hora de escrever, e aqui a professora é tão atenciosa”, relatou.
Semestre – Neste segundo semestre, os alunos vão dar continuidade ao aprendizado do Português e Matemática, alternando com um pouco de Geografia e História. Os alunos vão aprender as regiões do Brasil, a verificar os dias da semana, meses e anos no calendário, assim como datas comemorativas como a Adesão do Pará à Independência do Brasil, debater temas atuais como a importância da mulher no mercado de trabalho, intensificar a cópia e o ditado de alguns textos, a leitura de textos do folclore regional, a trabalhar com dinheiro, a partir de operações simples de Matemática, entre outros assuntos.
Depois de concluir a alfabetização, os alunos serão encaminhados para as turmas da Educação de Jovens e Adultos (EJA), para dar continuidade ao ensino fundamental. “Estou muito satisfeita com o resultado que estamos conquistando. E em novembro vamos ter a colação de grau dos alunos, com entrega de certificados e coquetel. Porque temos que comemorar essa nova conquista na vida dessas pessoas”, adiantou a professora Sônia Maria Koury.
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