Dia Internacional da Síndrome do Down é lembrado nas escolas da rede municipal de ensino

• Atualizado há 3 anos ago

21 de março é o Dia Mundial da Síndrome de Down. A data foi escolhida porque tem significado direto com a síndrome, a trissomia três para o cromossoma 21. Daí o 21/03. A síndrome de Down não é doença, não é contagiosa e cerca de três mil bebês nascem por ano no Brasil com essa alteração genética.

Na verdade, a síndrome é uma falha na divisão dos cromossomos 23 do papai e outros 23 da mamãe. O bebê com Down nasce com 47 cromossomos, um a mais que as outras pessoas. Pessoas que vão precisar de atendimento diferenciado para seguir em frente, com direito à inclusão, cidadania e respeito.

Educação especial – Na rede municipal de Belém, atualmente, estão matriculados no ensino regular cerca de 90 alunos com a síndrome de Down. Professores e estagiários recebem o apoio e a formação adequada do Centro de Referência em Inclusão Educacional (Crie) Gabriel Lima Mendes, que é o centro que dá suporte à educação especial.

Para a coordenadora do Crie, Tatiana Maia, “o Dia Mundial da Síndrome de Down marca no calendário um momento importante para convocar a sociedade brasileira, no sentido de que possa compreender quem é o portador de síndrome de Down, para, só assim, respeitar os direitos de quem tem a síndrome”.

A professora ressalta ainda que “direito que começa na porta da escola, através da matrícula no ensino regular, passa por profissionais capacitados que possam garantir Belém como uma cidade leitora, educada e inclusiva”.

Vivencar a inclusão de perto – A educadora Paula Monteiro, que está há três anos à frente da Escola Municipal Ensino Fundamental Amância Pantoja, localizada no bairro de São Brás, conta que receber uma aluna com síndrome de Down a fez rever conteúdos, estudar novos conceitos e vivenciar a inclusão de perto. “Porque todo conhecimento só vale quando ele está sendo colocado em prática”, diz ela.

“Assim como nós, considerados normais, não somos iguais, os portadores de down também não são iguais. E essa diferença é um desafio diário para quem trabalha educando e essa diferença exige compreensão e dedicação”, reafirma a professora.

A primeira aluna com síndrome de Down a estudar na escola Amância Pantoja é Evelyn Hayane do Nascimento Nunes, 10 anos. A menina está no terceiro ano do ensino fundamental. Patrícia Lobato Santana, que atua como estagiária, diz que a menina é atenciosa, alegre, carinhosa e gosta de receber reforços. “Sempre que termina a atividade ela pergunta ‘ tirei 10 professora?’”, conta a estagiária.

Programação – Para lembrar a importância do respeito e do reconhecimento da pessoa com síndrome de Down, a Secretaria Municipal de Educação (Semec), por meio do Crie, programou uma série de eventos nos oito distritos que compõem o mapa da educação municipal. São contações de estórias, cineminha, palestras e brincadeiras. A programação ocorre em parceria com a Associação de pais e Amigos dos excepcionais (Apae), que também soma forças na luta pelo respeito, pela inclusão, bem-estar e desenvolvimento da pessoa com a síndrome de Down.

O Crie conta hoje com 69 salas com recursos para atendimento educacional especializado e recebe os alunos matriculados na rede municipal de ensino no contra-tuno o que melhora e muito a qualidade de vida dos alunos especiais.

A mãe da Evelyn é só agradecimentos. Ela diz que tentou a vaga em outras escolas e não conseguiu. Até que a escola Amâncio Pantoja abriu as portas para sua filha. Ela diz confiar no ensino que a filha recebe e agradece aos educadores da escola, porque afirma ficar com o coração tranquilo em saber que a filha está segura e estudando. E ela acrescenta ainda deixando um recado depois de longo aprendizado: “ser diferente é normal”.

Texto: Eduardo Marques

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