Belém é destaque mais uma vez pelo desenvolvimento da leitura e escrita entre os estudantes da rede municipal de ensino, como aponta o resultado da terceira edição da Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA), divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), na última semana. O exame mostra que 52% dos estudantes do 3º ano de 70 escolas municipais de Belém atingiram o nível 4 de proficiência em diversos requisitos como produção e interpretação de textos e identificação e construção e narrativas textuais.
A prova, realizada em 2016, tem por objetivo medir os níveis de alfabetização e letramento em Língua Portuguesa (leitura e escrita) e Matemática de estudantes do Ensino Fundamental das escolas públicas de todo o Brasil. O número de estudantes do município que alcançaram os níveis 3 e 4 de proficiência em matemática subiu 71,79% de 2014 para 2016. Já em relação à leitura, esse número cresceu quase 28%. Na escrita, os estudantes que atingiram os níveis 4 e 5 representam um aumento de 25,62% em comparação com 2014.
Os alunos de Belém também se sobressairam em relação à média do Pará, onde 38% dos participantes chegaram ao nível considerado suficiente. Os números da capital paraense também se aproximaram da média nacional. Em todo o Brasil, o certame contou com mais de 48 mil escolas e cerca de 2 milhões de estudantes participantes. Desse total, 57% conseguiram chegar ao nível considerado suficiente pelo Inep enquanto Belém atingiu a marca de 52%.
A Escola Municipal Amância Pantoja, localizada no bairro de Fátima, foi a instituição que obteve os melhores resultados na avaliação. Com um trabalho em conjunto realizado pela equipe pedagógica, professores e alunos, foi possível que 84% dos estudantes atingissem os níveis considerados mais altos pela ANA.
A estudante Ádria Silva, 11, que cursa o 4º ano na Escola Municipal Amância Pantoja, sonha em ser delegada para poder defender as pessoas que precisam. Ela fez o teste em 2016 quando estava no 3º ano. Para ela, a leitura é fundamental e vai ajudá-la a melhorar seu aprendizado, garantindo um futuro melhor para ela e para a família.
“Quando você lê, as suas palavras ficam melhores, e eu posso retirar dos livros todas as disciplinas que têm nele. Gosto muito de escrever fábulas e lendas. Para fazer a prova, a nossa professora ajudou muito, ela nos passava o conteúdo, treinava com a gente e estudávamos em casa também. Por isso, na hora da prova foi muito tranquilo. A leitura é muito importante pra mim porque quero ser delegada quando crescer para poder defender as pessoas que precisam”, relata.
Para a professora Marineide Oliveira, de 56 anos, que leciona para Ádria e outras crianças há 37 anos, a profissão consiste em não medir esforços para estimular cada vez mais hábitos que envolvam o aprendizado e a prática da leitura e da escrita no dia a dia dos alunos. Emocionada, ela fala sobre a alegria em poder contribuir para a construção do futuro de centenas de crianças paraenses.
“Fiquei muito feliz com o resultado. Isso só foi possível porque a gente ama o que faz. Eu amo ser professora, então foi um esforço que valeu muito a pena”, revela. “Foi uma notícia muito gratificante, me sinto realizada por poder contribuir de uma forma significativa na aprendizagem e formação dessas crianças e para a própria sociedade de Belém do Pará como um todo”, acrescenta.
O trabalho realizado nas escolas pelas equipes envolveu a prática de leitura e escrita com jogos e dramatizações, produção de textos baseados em vivências e no imaginário infantil, saraus literários e contação de histórias propostas pelo Sistema Municipal de Bibliotecas Escolares (Sismube), além de simulados práticos para fixar o conteúdo e estimular a criatividade dos estudantes.
De acordo com a coordenadora do Centro de Formação de Professores da Semec, Cilene Valente, os resultados refletem o intenso trabalho aplicado na formação continuada dos professores para que eles estejam cada vez mais preparados para oferecer um ensino de qualidade.
“O número expressivo atingido pelo município mostra que foi essencial trabalhar com foco no aprendizado do aluno. Agora estamos em processo de análise dos resultados para saber o que ainda precisamos aprimorar para que todos os nossos estudantes conquistem as posições consideradas mais altas pelo Inep”, conclui.
Por Heloíse Meneses – SEMEC
Por Lilianne Villacorta