Encerrado na tarde desta sexta-feira, 7, no auditório do campus Alcindo Cacela da Universidade da Amazônia (Unama), o II Trilhas do Conhecimento, da Cultura e da Arte, realizado pela Secretaria Municipal de Educação (Semec), apresentou a temática orientadora curricular para o ano de 2019: “Aliança pela paz: educação como instrumento de efetivação de direitos”. Houve ainda o lançamento de projetos voltados à garantia dos direitos das crianças e adolescentes e à melhoria da educação em Belém. Nos três dias do evento, os alunos e professores puderam expor trabalhos e trocar experiências.
O público, composto por professores e gestores de educação, aguardou ansiosamente a divulgação do próximo tema norteador da educação no município. A temática foi escolhida pela equipe de planejamento da Semec, responsável por avaliar o tema que está sendo utilizado pela gestão e repensar o próximo a ser trabalhado.
“A educação como instrumento de direito possibilita todas as reflexões nos diferentes âmbitos da sociedade: qual escola temos, qual escola queremos. Esse tema fortalece a aliança pela paz, além de garantir educação de qualidade”, explica a diretora de educação da Semec, Dorvalina Bastos.
Sobre a realização do evento, Dorvalina destaca que foi ainda um momento de confraternização entre professores, gestores e alunos. “Foi muito positivo, tivemos um número significativo de participantes, todas as apresentações foram de nível científico, as manifestações culturais estavam belíssimas. Todas as nossas metas foram alcançadas”, disse a diretora.
A presidente do Conselho Municipal de Educação e da Fundação Centro de Referência em Educação Ambiental Escola Bosque Professor Eidorfe Moreira (Funbosque), Beatriz Padovani, apresentou um paralelo entre direito e educação e mostrou como a educação pode contribuir para ampliar os direitos do indivíduo. “O trabalho aqui no município de Belém tem sido árduo, mas nós com certeza estamos no caminho certo. Tanto que os resultados já indicam um salto de qualidade na educação do município e uma ampliação progressiva do atendimento quantitativo de alunos que demandam a educação”, avaliou.
Foi lançada também a cartilha “Inocência Roubada”, um projeto em parceria com a Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel), a Fundação Papa João XXIII (Funpapa), a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) e o Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA). O juiz Deomar Barroso apresentou a cartilha, que tem o objetivo de inserir o professor na rede de proteção à criança e ao adolescente.
“Se salvar uma criança, é cem por cento de sucesso. Para a gente, é salvar uma vida. Se salvar uma só, já valeu a pena. Em cada colégio a gente vai fazendo o trabalho de divulgação da cartilha, conversando com os professores”, disse o juiz. Com a adoção da cartilha, a partir do próximo ano o professor da rede municipal deve ensinar as crianças, a partir da educação infantil, a relatar abusos sofridos. A criança aprenderá, por exemplo, que há partes de seu corpo que não devem ser tocadas.
Os professores puderam expor seus trabalhos e realizações dentro da sala de aula e na biblioteca, como Virgínia Teixeira, coordenadora pedagógica da Escola Municipal Walter Leite Caminha, no bairro do Benguí, que apresentou o projeto exitoso da biblioteca, o “Literatura infantil, memória, identidade e arte”.
“A palavra-chave é parceria. A biblioteca é o coração da escola, onde nasce tudo. O objetivo central da biblioteca é formar leitores críticos, apresentando o livro para a criança como um objeto vivo. A gente valoriza muito a literatura como prazer”, explica Virgínia. O projeto é voltado para crianças de 7 a 11 anos, fomentando a leitura e formando leitores e escritores.
Os alunos da Escola Municipal Manuela Freitas se apresentaram no projeto Cantar-o-Lar, com o professor Salomão Habib. Evelly Trindade, de 9 anos, cantou as canções sobre a língua tupi e o já famoso “Rap do Lixo”. “Eu fiquei muito feliz. A gente treinou muito todas as músicas que o Salomão nos ensinou. Então eu nem fiquei nervosa”, disse a aluna do 3º ano.
“É importante a instituição formadora, de formação inicial, como é a Unama, poder estar sempre entrelaçada com as formadoras continuadas, como é a Semec”, avalia a reitora da Unama, Betânia Arroyo. Segundo a reitora, o objetivo é “estreitar esse abismo entre a formação inicial e a formação continuada. O que importa é que o professor compreenda que a sua formação não tem fim”.
Por Vanessa Pinheiro