Alunas da rede municipal de ensino são premiadas com Bolsas de pesquisa científica

• Atualizado há 3 anos ago

As estudantes Karina Rayssa Amador Pereira e Ana Beatriz Silva Santos, hoje com 11 anos, em 2020 foram medalha de bronze na Olimpíada Nacional de Astronomia, quando ainda eram alunas do quarto ano do ensino fundamental na Escola Municipal Ida de Oliveira, na Maracangalha. A escola, localizada no conjunto Providência, em Belém, costuma colecionar premiações.

Dois anos após a premiação veio a boa notícia: Karina e Ana foram selecionadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) e receberam como premiação R$ 1 mil cada e uma Bolsa de Iniciação em Pesquisa Júnior de um ano, recebendo R$ 100 de incentivo por mês.

As meninas são o orgulho das famílias. Andrea Cely, mãe de Karina, não esconde a felicidade de ter uma filha pesquisadora. Aldenora Silva, mãe de Ana, se diz agradecida em ter uma filha campeã oriunda da escola pública e reconhece o empenho dos professores e amigos no apoio dado à filha. 

Orgulhosa também está a professora mestra Lúcia Lobato. Foi ela quem inscreveu os alunos na Olimpíada Nacional de Astronomia. E o resultado vai além das conquistas, afirma ela. “São duas meninas ingressando no mundo da astronomia, que predominantemente é de homens”. A professora destaca também que “Ana e Karina se tornaram exemplos de que a escola pública pode fazer a diferença na vida do aluno”. 

Como prêmio a professora recebeu medalha e uma luneta que deve ser usada pelas alunas. Ela é a guardiã das lentes que ajudam a enxergar o universo um pouco mais de perto. Lucia Lobato resume seu trabalho com uma frase: “O papel do professor é ajudar o aluno a investigar, a resolver problemas, despertar curiosidades e se tornar cidadão através da educação”.

O diretor da Escola Ida de Oliveira, Elton Carneiro, ressalta que a vitória das alunas é resultado de um trabalho integrado que vai desde a dedicação das merendeiras até o compromisso dos professores, que não medem esforços para fazer a educação ultrapassar os muros da escola. Ele afirma ainda que “ter duas pesquisadoras em tempos de negacionismo da ciência é garantir um futuro da pesquisa dentro das escolas como um ato de resistência”.

As pequenas cientistas Karina Rayssa e Ana Beatriz anunciaram que a Bolsa Júnior do CNPQ será toda investida nos estudos, na compra de livros e de equipamentos.

Texto:

Eduardo Marques

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