Com o tema “Escolas: territórios de aprendizagem”, a Secretaria Municipal de Educação (Semec) iniciou nesta terça-feira, 18, a Jornada Pedagógica com escolas municipais. O objetivo é orientar para a construção coletiva do currículo escolar e ações para o ano letivo de 2022. O encontro foi transmitido pelo canal do Centro de Formação de Educadores Paulo Freire no YouTube, tendo à frente a secretária municipal de Educação, Márcia Bittencourt.
A partir da apresentação do balanço do ano letivo 2021 Márcia Bittencourt destacou a conquista do abono oriundo do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) para todos os trabalhadores da educação, além de outras ações. Ela também anunciou que o primeiro semestre de 2022 continuará com obras nas escolas.
“É preciso colocar a nossa educação no século 21. As nossas escolas estavam abandonadas e nós estamos recuperando”, afirmou a titular da Semec, pontuando outras metas como tornar Belém uma cidade alfabetizada; aumentar o tempo de permanência das crianças nas escolas e transformar a forma escolar.
Proposta pedagógica municipal
Segundo Márcia Bittencourt cada um tem seu papel na educação: professores, gestores, técnico administrativo e comunidade e é preciso que todos se envolvam para transformar as escolas em territórios da aprendizagem. “É preciso sair das caixinhas. A maioria das escolas do município está nas periferias. Também são territórios as escolas ribeirinhas, escolas da reforma agrária, escolas no quilombo. É preciso olhar para os territórios onde estamos e fazer uma análise interdisciplinar de uma ‘forma política e econômica de organizar o espaço. É uma totalidade social’, disse Márcia citando o geógrafo Milton Santos para conceituar escolas como territórios de aprendizagem.
Realizar a diagnose dos alunos é uma das primeiras orientações feitas às escolas municipais, para ajudar a planejar as ações pedagógicas. E saber a diferença entre escola capitalista e escola transformada também é fundamental para construir um ensino público de qualidade. De acordo com a secretária, a escola capitalista pensada na revolução industrial trata o ensino por série aonde o aluno vai passando ano a ano chegando ao final como um produto para o ensino médio e quiçá com a pretensão de ingressar na universidade pública.
Para Márcia bom mesmo é transformar as escolas para uma nova sociedade, a do bem viver. E pensar a escola como espaço criativo de Lev Vygotsky, teórico fundador da concepção histórico-cultural e não a partir da Base Nacional Curricular Comum, imposta aos educadores. “Precisamos de professores intelectuais que tem o compromisso com a realidade das nossas escolas. Escolas como centro humanizado e transformador da infância e da juventude, com uma forte relação com a comunidade e seu entorno”, explica.
Muitos educadores parabenizaram pelo chat a iniciativa da Semec e a preocupação da Prefeitura de Belém em construir uma educação pública de qualidade priorizando a alfabetização de crianças, jovens, adultos ou idosos.
A Jornada Pedagógica segue de forma presencial nas escolas durante a semana e encerra na sexta-feira, 21, com a palestra “A abordagem temática na sala de aula” com o professor doutor Antônio Gouvêa, pelo canal (no YouTube) do Centro de Formação de Educadores Paulo Freire.
Volta às aulas
O ano letivo de 2022 está previsto para iniciar em 24 de janeiro de forma gradual, seguindo as medidas de biossegurança, apresentação da carteira de vacinação a partir dos 12 anos e monitoramento de casos suspeitos de covid-19 pelo aplicativo Guardiões da Saúde na Educação, desenvolvido pela Prefeitura de Belém via Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), e Universidade Federal do Pará (UFPA).
A Conferência Municipal de Educação, que deve ocorrer no mês de março, o Congresso das Crianças, a publicação do edital do Movimento Alfabetiza Belém, a Gincana da Cultura Corporal e os Cafés Inclusivos estão entre os principais eventos previstos para o período.