Antes de 2021 não era assim. Auditórios lotados de estudantes de 15 a 90 anos com certificado nas mãos graças ao direito garantido de acesso à modalidade de Educação de Jovens, Adultos e Idosos (Ejai) da Secretaria Municipal de Educação (Semec). “Um cenário exitoso da educação de Belém”, pontua o professor Miguel Picanço, titular da Coordenadoria de Educação de Jovens, Adultos e Idosos (Coejai).
Nesta terça-feira, 25, às 18h, volta a cena do esperançar, que emociona diplomados, familiares, e toda a gestão. A Prefeitura de Belém vai certificar, novamente, mais 1.035 estudantes da Ejai, fruto do intenso trabalho de busca ativa, que assegura o direito à escrita, à leitura e à pronúncia da palavra e do mundo. O Movimento “Alfabetiza Belém”, um dos carros-chefes do governo na política educacional, já certificou, de fevereiro de 2021 a junho de 2024, 3.292 estudantes.
Avanços
“É uma alegria infinita celebrar mais esse avanço na educação municipal de Belém”, comemora Miguel Picanço. Ele relata os desafios de dimensões amazônicas superados para consolidar essa modalidade na rede. “Foram 16 anos de retrocesso, ausência de uma política pública nessa modalidade de ensino, desmonte dos projetos pedagógicos e especiais, falta de investimentos, fechamento de escolas e turmas, tempos nebulosos”, lembra Picanço ao destacar o início da retomada desse processo, em fevereiro de 2021, o recomeço do “aprender e esperançar” e o resgate dessa modalidade como prioridade do governo na política educacional.
“Nós temos esse compromisso com Belém. Não é uma tarefa fácil, e nós estamos pavimentando juntos o caminho à educação de qualidade em todos os territórios da nossa cidade”, destacou a secretária municipal de Educação, Araceli Lemos. “Meu sonho é ser prefeito da primeira cidade a superar o analfabetismo”, completa o prefeito Edmilson Rodrigues.
Superação
Após três anos de lutas e superações, houve o fortalecimento e a valorização da Ejai, ressalta o titular da Coejai. “Para além das parcerias com os movimentos sociais e universidades, 38 unidades educativas trabalham com essa modalidade de ensino, em 172 turmas. Temos bibliotecas, espaços de leitura, atendimento especializado e formação dos educadores”. E mais, prossegue o professor: incluímos a letra “I” de idoso, que tem uma conotação política de garantia de direitos à pessoa idosa, o reconhecimento da gestão municipal a esse público, que, por anos, teve negado o acesso à educação”.
E mais, prossegue o professor Picanço: “aumentamos a oferta de vagas, o número de escolas participantes do programa, potencializamos a I e II Totalidades, que compreendemos ser o tempo de alfabetização, também instituímos resoluções que garantem uma diretriz curricular com a inclusão das disciplinas sociologia e filosofia. É uma contribuição significativa para que Belém tenha sujeitos letrados, com mais qualidade social”.
Com uma proposta diferenciada de promover uma educação pública de qualidade, socialmente referenciada e comprometida em superar o analfabetismo, a gestão municipal tem como referência a pedagogia de Paulo Freire, que, em 1963, alfabetizou 300 trabalhadores rurais em extraordinárias 40 horas na cidade de Angicos, no Rio Grande do Norte.
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