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Para valorizar e preservar a cultura afro-brasileira, o Ecomuseu da Amazônia, integrado a Escola Bosque Eidorfe Moreira, referência em Educação Ambiental, celebrou nesta quarta-feira, 20, do Dia Nacional da Consciência Negra. O evento incluiu palestra e exposição de trabalhos manuais desenvolvidos por estudantes do 6º ano da instituição de ensino.
A programação é resultado de várias atividades realizadas com os estudantes em sala de aula, a partir de poemas, músicas e reportagens, além de oficinas de produção de máscaras africanas em argila, grafitagem e cartazes que foram realizadas no espaço do Ecomuseu. Os professores buscaram debater temas relevantes, como a escravidão do Brasil, além de questões sociais que envolvem preconceito e a discriminação racial.
“Há quatro meses estamos trabalhando com cerca de 200 alunos a partir desta temática e de forma lúdica, porque observei que era preciso valorizar a autoestima deles, resgatar valores e aumentar o interesse pela escola, promovendo a interação social”, conta Bernadete Almeida, psicóloga e psicopedagoga da escola, ressaltando que a proposta inicial era trabalhar com os estudantes dispersos e hoje comemora a mudança positiva no comportamento deles.
Palestra – A museóloga Graça Almeida, geógrafa e especialista em Antropologia Social, pela Universidade Federal do Pará (UFPA), conversou com os estudantes sobre a importância de celebrar esta data destacando a realidade atual dos afro-descendentes no Brasil. Ela ressaltou a importância de se respeitar a cultura do outro.
“Eles precisam saber que o Zumbi dos Palmares foi um grande herói e que contribuiu para que seus irmãos de raça não ficassem aprisionados, criando uma sociedade livre. Além de ressaltar o que está acontecendo hoje com as populações negras”, conta a museóloga, reforçando para os estudantes a contribuição dos africanos na cultura brasileira e o respeito que se deve ter, assim como fortalecer o sentimento de pertencimento da cultura africana.
Alunos – A estudante Sarah Mota, de 12 anos, reconhece a cultura negra e sabe que ainda existem pessoas que não tem essa consciência. “Sei que a cultura africana faz parte da nossa cultura, que mistura com a dos índios e dos europeus. Mas tem muitas pessoas que ainda tem dificuldade de entender”, conta à estudante, que participou da oficina de máscaras africanas e se encantou com as cores e traços.
“O amarelo representa a riqueza, o preto representa o espiritual, o verde representa a floresta e o vermelho é usado bastante nas cerimônias. E cada tribo tem os seus traços” explica Sarah.
“Aprendi um pouco da arte africana, que elas são usadas em ocasiões especiais. Quando eu fiz pela primeira vez uma máscara, amei. Eu quero aprender mais e quando crescer vou trabalhar com isso”, comenta a estudante Kailane do Carmo Vale, de 13 anos, que pensa em ser artesã no futuro.
Lei 10639 – Em 2003, foi introduzido no currículo escolar o estudo afro-brasileiro. Porém só recentemente a lei foi implementada para todas as escolas do país devem estudar a história da África e dos africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade.