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Morador da comunidade do Fama, em Outeiro, o pequeno Miquéias da Cunha, de 10 anos, pedalava com sua mãe Eronilda da Rocha e a sua irmã Letícia Da Cunha aproximadamente 18 quilômetros, todos os dias por baixo de sol e chuva, para chegar à Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental Professor Pedro Demo, localizada em frente à Praia do Amor, no outro extremo da ilha. Ele conta que era muito cansativo.
“Era muito difícil. Tinha que pedalar uns 30 minutos. Toda vez chegava cansado e atrasado na escola. As vezes, a bicicleta quebrava e tinha que vir andando. Era muito difícil mesmo”, relata o menino que desde 2016 não precisa mais ir de bicicleta para a escola, pois já conta com o transporte escolar que vai e volta da escola com mais conforto e segurança.
“Agora com o ônibus melhorou bastante. Faço amizades com outros colegas da escola que vêm no ônibus e não chego mais cansado. Tinha dias que pegava chuva também”, lembra. A dona de casa, Eronilda da Rocha, mãe de Miquéias relembra também que sente-se mais segura com o transporte escolar. “Levava os meninos de bicicleta e pegava sol e às vezes um pouquinho de chuvisco. Com os ônibus melhorou 100 por cento”.
Kayla de Kássia Soeiro, de 11 anos, mora no bairro de Água Boa em Outeiro, e estuda na mesma escola que Miquéias. A dificuldade era a mesma enfrentada pelo estudante. Às vezes ia de transporte alternativo, outros de bicicleta e até andando por meia hora. “Chegava muito atrasada, suada e molhada, porque tinha dias que chovia. Agora, com o transporte da escola melhorou muito. Chego sempre na hora certa”, relata a menina.
Todos os dias, a estudante se diverte com a monitora Socorro que vem animando a garotada durante a viagem. “Antes, mesmo cansada, já me esforçava nos estudos e agora mais ainda”, comenta Kayla consciente da importância de frequentar a escola. Shirley Soeiro, empregada doméstica, mãe de Kayla, lembra que gastava muito para deixar a filha na escola. “Gasta, aproximadamente, 10 reais quando íamos de ônibus ou van. E agora ela é a primeira a se levantar. Antes ela não participava de nada na escola e agora está em todas as atividades da escola”, relata.
Entre tantas histórias, alunos com deficiência também se beneficiaram com a implantação do transporte escolar na Escola Pedro Demo. “Tínhamos que acordar bem mais cedo para pegar a van que as vezes demorava horas pra passar. Ele chegava muito atrasado”, comenta Cristina do Carmo, mãe de Lucas do Carmo, de sete anos, diagnosticado com autismo. Ela garante que o filho ganhou mais autonomia e fica feliz quando o ônibus chega para buscá-lo.
“Gastava 12 reais todos os dias. Não tinha mais condições de pagar o transporte. Já estava desistindo de levá-lo para a escola”, relata a dona de casa que confessa que tinha medo do filho ir sozinho no ônibus da escola. “Mas ele pedia para mim, porque via os coleguinhas pegando o ônibus da escola. Aí, conversei com a diretora e foi a melhor coisa que aconteceu”, conclui Cristina.
SÉRIE – Todas as histórias mostram a importância do transporte escolar na vida do aluno e das famílias e, a partir desta terça-feira, 12, a Prefeitura de Belém através da Coordenadoria de Comunicação Social (Comus) e Secretaria Municipal de Educação (Semec), publica uma série de reportagens sobre a importância do investimento no transporte escolar no município.
TRANSPORTE – Em 2013, a rede de ensino de Belém possuía somente dois ônibus escolares. Atualmente, com o investimento feito pela atual gestão, a rede municipal possui 48 ônibus, que atendem aproximadamente 2,3 mil alunos de 50 escolas municipais.
A Escola Municipal Professor Pedro Demo conta com 900 alunos matriculados na unidade. Destes, 220 alunos utilizam o transporte escolar. A unidade realiza um cadastro onde o responsável se compromete a levar e buscar o estudante no ponto em que o ônibus passa.