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Há dois anos, Maria Eduarda Portugal, de 14 anos, estudante do 8° ano da Escola Madalena Raad, de Icoaraci, nem imaginava que a leitura iria lhe proporcionar o resgate de estórias da família dela e muito menos que se tornaria uma das escritoras do livro de lendas urbanas “Morrendo de medo em Icoaraci”, resultado do projeto “Leitura que transforma”, coordenado pelo professor e escritor Wilson Tadeu Amoras, exposto nesta segunda-feira, 26, no estande da Secretaria Municipal de Belém (Semec) na 23ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, no Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia.
“Sempre tive vontade de escrever, mas não tinha muito o hábito da leitura. Quando o professor Tadeu chegou à escola, o projeto tocou meu coração. Ele me incentivou a ler e a escrever as minhas estórias. Hoje me considero uma escritora”, recorda, emocionada por escrever “O Curupira das matas do Paracuri” inspirada num fato familiar.
Com a intenção de fazer uma revolução literária, o escritor e professor de Língua Portuguesa Wilson Tadeu, na época responsável pela biblioteca da escola, apresentou o projeto “Leitura que transforma” para os alunos, com a proposta de escrever um livro.
“Após muitas conversas, os alunos sugeriram um livro de lendas urbanas. Aí, levei o livro ‘Visagens e Assombrações de Belém’, do escritor Walcyr Monteiro, e eles gostaram tanto que foram escritas 92 estórias. E no final, selecionamos 14. Uma das alunas, a Maria Eduarda Portugal, foi para o interior de Curuçá e pediu para o bisavô contar algumas estórias. A realização desse projeto foi muito marcante para eles, porque eles não acreditavam que ia dar certo. E eu falei para eles: ‘Vai acontecer’. E estamos aqui”, conta o professor.
Além de revelar escritores, o projeto também fez surgir uma ilustradora. “O desenho veio de família. Quando o professor lançou o projeto na escola, os meus colegas comentaram que conheciam alguém que desenhava muito bem. E aí ele me pediu para fazer a capa do livro e logo que viu o meu desenho me pediu para fazer a ilustração das outras estórias”, lembra Renata Soares da Conceição, de 14 anos, estudante do 9º ano que agora pretende investir mais no seu talento.
O livro “Morrendo de medo em Icoaraci” chegou até escolas de Portugal. “Dei alguns exemplares do livro para professores de Portugal que conheço. Então, a ideia é nossa, mas a estória não nos pertence mais. Pertence ao mundo”, afirma o professor Wilson Tadeu. Ele destaca a importância do projeto no resgate da cidadania dos alunos, que geralmente são de periferia, valorizando a capacidade deles.
Sismube – Visando democratizar o acesso aos livros e incentivar alunos e comunidade escolar da rede municipal para a leitura, a Prefeitura de Belém dispõe de 78 escolas com bibliotecas próprias e 90 que recebem o projeto “Baú das Estórias”, que tem um acervo de mais de mil livros da literatura infantil.
Durante o ano letivo, o Sismube atua nas escolas do município com outros projetos que buscam criar o interesse pelas obras de autores paraenses, como o “Memórias da literatura: ontem e hoje”, que difunde a literatura local e faz uma homenagem póstuma a autores paraenses. Outros projetos são o “Chá literário”, o “Lendo e relendo” e o “Bate papo com autores paraenses”.
Até o dia 1º de setembro, as escolas da rede municipal vão apresentar, por meio de peça teatral, contação de estórias, lançamentos de livros e musicais, os demais projeto de incentivo à leitura realizados no município.
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