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Alunos do 9º ano do Liceu Escola Mestre Raimundo Cardoso, no distrito de Icoaraci, participaram na tarde de sexta-feira, 31, do 1º Torneio Estudantil de Xadrez, promovido pela Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semec). A iniciativa surgiu na aula de matemática da professora Rosângela Dantas Martins. Ela percebeu dificuldades dos alunos do 9º ano, que estão na fase de transição do ensino fundamental para o médio.
Durante uma semana, antes do torneio, os alunos participaram de uma oficina de xadrez preparatória ao torneiro, de caráter lúdico e pedagógico. O objetivo foi promover o raciocínio lógico e estratégias para solucionar problemas, além de garantir a compreensão das técnicas do jogo e o aprendizado de noções de cálculos e geometria.
“Percebi algumas dificuldades durante as aulas de matemática, dificuldades que vão além da disciplina. Mas com foco principal no raciocínio lógico, memorização e autonomia. Aí fui pesquisando alternativas para o ensino da matemática, até que encontrei o xadrez”, conta a Rosângela.
Parceiro do evento, Luan Kim, instrutor e árbitro de xadrez pela Conferência Brasileira de Xadrez, conta que a introdução da modalidade esportiva na escola começou na Europa. No Brasil chegou primeiro no Sul e Sudeste. E depois na região Norte.
“Trabalho há dez anos com o xadrez na escola. O único critério para se aprender xadrez é saber contar de 1 a 8 e saber as letras de A a H. Tem aluno que é bom de leitura, mas não é bom de cálculo e vice-versa. Em cinco dias ensinei como eles vão exercer os conceitos enxadrísticos dentro de sala. No torneio a gente vai escolher os melhores para representar a escola no estadual e, quem sabe, conseguir uma vaga para o nacional. Mas com certeza a gente vai tirar daqui uma dezena de alunos para representar bem o nosso estado”, disse Luan Kim.
Do primeiro dia de oficina para o último dia, que terminou com o torneio, tanto a professora Rosângela Dantas quanto o instrutor Luan Kim ficaram impressionados com a transformação em pouco tempo no desenvolvimento e comportamento dos alunos. As jogadas ousadas e a concentração se destacaram. “Eu fiquei surpreso diante das jogadas. Alunos que segunda-feira não tinham conhecimento algum sobre este esporte, hoje estão apresentado um grau de desenvolvimento intelectual bem aceitável”, conta Luan.
E os próprios alunos notaram as mudanças. A estudante Ingrid Portal dos Santos Melo, de 13 anos, achou a oficina muito boa. “Aprendi as regras de como andar com as peças e percebi muitas expressões algébricas no xadrez”, conta Ingrid, primeiro lugar feminino na competição.
O aluno Darley Bryan Corrêa Silva, 15 anos, pensava que o xadrez era para pessoas super inteligentes e viu que é mais fácil do que imaginava. “A sensação do xeque mate é muito legal”, comentou.
Alguns pais acompanharam os filhos no torneio. Ilma de Jesus Cardoso de Moraes, mãe de Bruno, de 13 anos, que foi diagnosticado com autismo conta que o acompanhamento da escola vem ajudando no desenvolvimento dele. “Eu sempre digo para ele: – Meu filho, você é um vitorioso, independente do que acontecer. Se você ganhar ou perder, você é um vitorioso. Eu ficou muito feliz por ele”, contou a mãe.