MANIFESTAÇÃO CULTURAL – Crianças de escolas de Belém vão à praça da Bandeira declarar seus direitos

• Atualizado há 6 anos ago

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A manifestação cultural do projeto Direito de Ser Criança e Adolescente levou alunos, professores e pais de estudantes à praça da Bandeira, na manhã desta sexta-feira, 17, para mostrar à sociedade o resultado dos trabalhos desenvolvidos com alunos da educação infantil e fundamental de Belém para a conscientização de seus direitos.

O projeto, que está na sua 12ª edição, fez alusão à data de 18 de maio, o Dia Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual de Crianças e Adolescentes e é promovido pela Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semec).

A titular da Semec, Socorro Aquino conta que o projeto vem sendo ampliado a cada ano. “O trabalho começou desde o início do ano, quando os educadores chamam as famílias para participar das atividades na escola. Estamos apresentando o resultado desse trabalho, em um momento muito bonito, porque a praça é um lugar de criança, onde ela se sente à vontade. Nosso foco é proteger a criança para que seus direitos sejam preservados”, explica a secretária.

Escolas – Mais de dez escolas se apresentaram no evento, por meio de dança, teatro, música e contação de histórias. Houve a participação especial das crianças da etnia Warao, atendidas pela Semec nos abrigos municipais e estaduais, que cantaram duas músicas da sua cultura, agradecendo a Deus as oportunidades que estão surgindo para elas.

“A participação das crianças Warao traduz a possibilidade de interação com outras crianças. Dependendo da permanência de cada família em Belém, o objetivo é de, em breve, poder acolhê-los na rede regular de ensino”, comenta Manuela Porto, coordenadora do atendimento educacional Escola Warao.

Enfeitada com os barquinhos confeccionados pelos alunos, a praça da Bandeira tornou-se ponto de encontro para o cortejo das estações dos “Direitos Naturais das Crianças”, no qual cada escola reforçou ainda mais os direitos garantidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Além disso, foi um momento de integração entre pais, alunos e professores que aproveitaram para se divertir nas barracas de pintura.

A aluna Kaila Soeira Chuva, de 11 anos, estudante da Escola Pedro Demo, de Outeiro, contou que gostou de participar do projeto Cartas da Paz. “Foi muito legal entregar as cartinhas para a comunidade, lá na praia, para eles saberem que não podem fazer certas coisas com as crianças”, relatou a menina.

Frank Willian Martins, de 11 anos, coleguinha da mesma escola de Kaila, conta que conquistou, este ano, o direito a estudar. “Eu fique dois anos sem estudar, as minhas professoras me ajudaram a voltar à escola. Agradeço muito a elas e estou muito feliz”, apontou.

Integração – A coordenadora da educação infantil da Semec, Maria Célia Sales, conta que a novidade deste ano foi a integração do projeto Direito de Ser Criança e Adolescente ao programa Inocência Roubada, do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), coordenado pelo juiz de Direito da Vara de Execução Penal, Deomar Barroso.

“Já visitamos dez escolas da educação infantil e até o final do ano vamos visitar mais 15 escolas do ensino fundamental. Nas visitas, o juiz conversa com os professores orientando-os a perceber mudanças de comportamento nas crianças e a fazer a abordagem correta, para encaminhar aos órgãos competentes. Ele ainda faz uma atividade com as crianças, de forma bem lúdica, para elas entenderem o que pode e não pode fazer com o corpo dela”, explicou a coordenadora.

A professora Denise Monteiro, da Unidade de Educação Infantil Encanto do Saber, do bairro da Cremação, reforça o papel da sociedade junto às crianças. “Fizemos uma caminhada no bairro para provocar a sociedade a se manifestar e se sentir parte na busca desses direitos à moradia, saúde e educação das crianças. E ajudar a denunciar maus tratos e exploração do trabalho infantil. Precisamos buscar que a sociedade faça parte desse contexto”, avaliou a professora.

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Texto:

Tábita Oliveira

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