Políticas de Gestão da Educação Básica são debatidas com professores e multiplicadores

• Atualizado há 1 ano ago

Para fortalecer a educação pública de Belém, a Secretaria Municipal de Educação (Semec) promoveu nesta segunda-feira, 5, a palestra Políticas de Gestão da Educação Básica. A palestra foi para os professores de referência, multiplicadores da formação continuada aos demais professores que atuam nas escolas. O encontro foi no Centro de Formação de Educadores Paulo Freire (CFEPF) da Semec.

A palestra foi proferida pelo professor Luiz Dourado, da Universidade Federal de Goiás (UFG). Ele é doutor em Educação com vasta experiência em políticas educacionais.

Para provocar uma reflexão, o professor Luiz Dourado destacou que a articulação entre políticas e gestão envolve um conjunto de questões, como a importância da democratização do acesso e a permanência com qualidade social na educação básica.

Desafios

“O tema crucial para a discussão dessas políticas é compreender que políticas são essas; como se configura a educação; que concepções norteiam o fazer político-pedagógico numa realidade municipal pensando os desafios da secretaria e de espaços dialógicos como fóruns, conselhos e a própria estruturação de um sistema municipal de educação”, destacou Luiz Dourado.

Uma outra questão apresentada pelo doutor em Educação foi a valorização dos profissionais da educação: “Um conceito chave é  pensar a valorização inicial, continuada, carreiras, salários e condições de trabalho. Além de pensar processos e mecanismos de participação nas instituições educativas que envolvam a comunidade no sentido mais amplo, em particular, com os estudantes. É preciso reinventar a escola, é preciso reinventar os processos educacionais como uma prática instituinte de mudança, formação para emancipação e cidadania”, ponderou Luiz.

A titula da Semec, Márcia Bittencourt, reafirmou que a formação é um momento de repensar a prática pedagógica: “Uma coisa é a formação inicial, outra coisa é a formação permanente que Paulo Freire ensina. Uma das nossas preocupações é pensar na formação dos professores formadores da rede. Temos muitas coisas para dialogar, principalmente neste momento pós-golpe, em que precisamos retomar e redemocratizar a educação”, disse Márcia.

Debate

Os professores de referência e coordenadores que compõem a diretoria da educação fizeram outros questionamentos ao professor Luiz Dourado. Eles ficaram satisfeitos com os esclarecimentos na formação.

A professora Sinara Dias, responsável pela Coordenação de Educação para Relações Étnicos-Raciais (Codere), criada nesta gestão, questionou a formação inicial dos professores, na universidade, diante deste novo momento político do país, uma vez que irá repercutir na gestão e no cotidiano da escola.

“É uma satisfação poder ouvir o professor”, diz Sinara. “É o momento de ver um outro perfil de professores e que essa formação inicial dê conta do mínimo. Nós enquanto rede municipal temos avançado neste sentido. Hoje a gente já consegue perceber as escolas colocando a temática étnico-racial nas suas atividades, mesmo com fragilidades”, destacou a professora, se referindo à Resolução CNE/CP n° 02 de 2019 e com a esperança de que a formação inicial traga uma nova perspectiva de escola pública.

Cada coordenação teve a oportunidade de discutir sua área: inclusão, cultura, educação física, educação infantil, e outras. Foram colocadas em debate questões esquecidas em 16 anos por gestões anteriores.

Conquistas

Também foram destacadas algumas conquistas da atual gestão na educação municipal na expectativa de fortalecer o diálogo e avançar ainda mais nas políticas públicas educacionais em Belém.

A secretária Márcia Bittencourt citou o processo de reconstrução da educação municipal: desde a leitura do projeto político-pedagógico da escola Cabana, proposta do primeiro governo do prefeito Edmilson Rodrigues, em 1998, até o enfrentamento da pandemia com a vacinação dos trabalhadores da educação.

Esse processo de reconstrução incluiu, no início, formação online, retorno das aulas presenciais e, recentemente, a consulta pública do currículo da educação infantil e do ensino fundamental diante das diretrizes da Base Nacional Comum Curricular e da proposta freireana. 

Também incluiu a participação das pessoas nos conselhos escolares, o cronograma de reformas nas unidades educativas e eventos já promovidos sobre a participação de todos na educação para tornar Belém alfabetizada, educadora, leitora, inclusiva, antirracista e conectada.

O presidente Conselho Municipal de Educação (CME), Alberto Damasceno, esteve presente e ao final do encontro e anunciou que há uma proposta de fortalecer a formação dos servidores da Semec por meio de uma parceria com o Núcleo de Estudos Transdisciplinares da Educação Básica (NEB), da Universidade Federal do Pará (UFPA) com o curso de mestrado que deve ser efetivado no segundo semestre de 2023.

Texto:

Tábita Oliveira

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