Política de educação integral e inclusiva chega às escolas das ilhas de Belém

• Atualizado há 2 anos ago

Com o objetivo de garantir direitos à inclusão de todas as crianças da rede municipal de ensino, inclusive as que estão nas ilhas, a Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semec), realiza visitas às escolas ribeirinhas para fazer avaliação inicial e dar orientações às famílias com crianças suspeitas de alguma deficiência ou transtorno. 

Nesta terça-feira, 31, a Escola Municipal de Educação do Campo Sebastião dos Santos Quaresma, localizada na Ilha do Combu, recebeu a equipe do Centro de Referência em Inclusão Educacional Gabriel Lima Mendes (Crie), em parceria com a Coordenadoria da Educação do Campo, das Águas e das Florestas (Coecaf), que desenvolvem a política de atendimento educacional especializado aos estudantes com deficiência da rede do campo. 

Suporte a educadores e familiares de estudantes com deficiência

A coordenadora do Crie, Tatiana Maia, conta que durante o mês de maio foi realizada uma ação intitulada: ”Crie nas Ilhas”, que é para dar suporte aos professores e familiares dos estudantes com deficiência, que estudam na rede municipal localizada nas ilhas.

”Estamos com várias ações, uma delas é com as famílias, onde buscamos oferecer atendimentos, acompanhamentos, orientações sobre a rede de apoio e os serviços que essas famílias podem ter acesso. Essa ação faz parte de uma necessidade dos professores das ilhas, que nos procuravam para termos esse momento, onde o Crie pudesse está presente e hoje estamos fazendo esse momento acontecer”, revela.

Ela conta que além de todos esses serviços oferecidos, também terá o acompanhamento de um professor que estará nas ilhas, fazendo essa ponte de ligação entre as escolas e o Crie.

Assistência integral

Durante a visitação foram realizados atendimentos iniciais dos profissionais do Crie com assistente social, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, professores e intérprete de libras para auxiliar as famílias que buscaram assistência.

Houve orientações sobre a rede de apoio e os serviços que elas podem ter acesso após o processo inicial e também foram repassadas orientações para professores sobre as necessidades que eles enfrentam com relação ao atendimento especializado. 

José Marques, gestor do anexo Sebastião dos Santos Quaresma, diz que foi em cada residência da região anunciar sobre a ação realizada e que ela obteve os resultados almejados com a integração das coordenações dos Crie e Coecaf.

Elas ajudam a contribuir, não somente para a escola, mas, principalmente para os familiares.  ”Durante muito tempo não tínhamos essas visitas à ilha, muitos pais e responsáveis tinham que se deslocar até o centro para obter atendimentos especializados e o diagnóstico concreto. Também reforço o quanto essa formação contribui, não apenas para familiares, mas para os professores que recebem as informações para melhorar o atendimento dentro de sala de aula”.

Também houve uma roda de conversa para professores sobre as deficiências, características de cada uma delas, apresentação dos programas: Bilíngue de Educação Para Surdos; Programa Nas Tuas Mãos Cegos e com Deficiência Visual; Programa Proacess – Acessibilidade e Proatea – Autismo.

A finalidade é que os professores busquem esses serviços objetivando fortalecer o processo de inclusão na rede municipal de educação. 

Assessoramento inclusivo

Para Marcele Moreira, coordenadora do anexo escolar Santo Antônio, na Ilha do Combu, foi uma troca de experiência fantástica receber uma equipe multifuncional. 

”Comecei a trabalhar na ilha, em 2017, nunca tinha presenciado ações parecidas como esta. O movimento de hoje tem um grande significado, não apenas para mim, mas todos que estão presentes”, afirma a coordenadora.

“Nós que vivemos nas ilhas temos dificuldades de acesso à internet, de participar e receber informações em tempo real que nos são repassadas nos grupos. Ter uma equipe com vários formadores tirando nossas dúvidas é muito importante e satisfatório”, complementou Marcele Moreira. 

A dona de casa Valéria Monteiro, 23 anos, mãe do Kaleb Monteiro, 5 anos, estudante do anexo Santo Antônio, diagnosticado há 2 anos com epilepsia, relembra que foi difícil receber a noticia sobre a deficiência de seu filho.

”Como mãe meu coração ficou apertado ao saber do diagnóstico, mas graça a todo acompanhamento que eu tenho recebido de profissionais maravilhosos, estou mais tranquila. Hoje, o assessoramento foi mais na parte da fisioterapia que ele ainda não tem, ele já possui todos os acompanhamentos. O atendimento foi maravilhoso, pude tirar todas minhas dúvidas, me sinto muito agradecida e aliviada”, conta Valéria.  

Orientações se expandem

Também na segunda-feira, 30, a Escola Municipal Milton Montes, na Ilha do Combu recebeu a visita do Crie com assessoramento e orientação aos pais dos alunos e aos professores ensinando como fazer o atendimento aos estudantescom deficiência.

Atualmente, a escola atende 14 alunos com deficiência visual, intelectual e motora. No total, 420 alunos são matriculados nas Ilhas Sul, na Escola Municipal de Educação do Campo Sebastião dos Santos Quaresma e o Anexo Escolar Santo Antônio e a Escola Municipal Milton Monte e os anexos escolares Navegantes e Nazaré.

Texto: Amanda Cunha

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