O Liceu Escola Mestre Raimundo Cardoso, localizado no Paracuri, no distrito de Icoaraci, celebrou a educação que valoriza a cultura local, com a exposição “Origem”, da estudante Camile Guilherme. O evento ocorreu, nesta sexta-feira, 17, na galeria do Núcleo de Artes “Laís Aderne”, que fica dentro da unidade.
Também foram inauguradas a pintura-mural e o grafite feitos pelos estudantes da escola. A produção faz parte das celebrações de 27 anos do Liceu, comemorados neste domingo,19.
Toda a produção artística é resultado das oficinas de artes visuais do projeto “Retratísica decolonial”, ministrada por Jean Ribeiro, realizada entre fevereiro de 2022 e março deste ano.
Jean Ribeiro é artista visual, curador e mestre de saberes, que valorizar a arte local com uma linguagem visual antirracista. “A gente está dando para a sociedade uma resposta muito bonita, de que é possível uma cultura de decolonizar a educação, trabalhando com a nossa cultura local”, destacou Jean.
Exposição
“Origem” retrata a ancestralidade em aquarela. Camile Guilherme, 15 anos, mergulhou na história da própria família e, em 15 quadros, traz recordações dos avós, irmã, primos, tios e a bisavó, que era parteira. A estudante começou a pintar em 2020 durante a pandemia e, quando soube que o Liceu estava oferecendo vagas para uma oficina de pintura em 2022, tratou logo de se escrever.
“Eu agradeço ao professor Jean e à escola pela oportunidade que me deram de aprender e melhorar nas oficinas. Eu saí de pequenos desenhos de mangá (histórias em quadrinhos de estilo janponês) para uma exposição. Tô muito feliz com o resultado e por poder apresentar no aniversário da escola”, disse a estudante.
Pintura-mural e Grafite
Feitas por estudantes do 7°, 8° e 9° anos nas paredes internas da escola, as pinturas em mural e grafite retratam paisagens regionais amazônicas, os mestres da cerâmica Raimundo Cardoso e Zé Espanhol, e também homenageiam o patrono da educação do Brasil, Paulo Freire.
Para Caio Romeu, 14 anos, do 8° ano, o maior desafio foi a combinação de cores, para dar a tonalidade ao retratar Paulo Freire. “Tive muito problema na combinação das cores, mas com a ajuda do professor Jean e muito estudo, consegui superar a dificuldade, fiquei muito alegre com o resultado”, revelou.
A produção artística dos estudantes vai além da homenagem ao Liceu, faz a comunidade escolar se orgulhar da sua identidade. “A decolonização faz os nossos alunos verem a arte de outra maneira, de tirar aquela ideia de referência da arte europeia, e mostrar que eles estão inseridos num lugar onde tem arte”, ressaltou a diretora Tayanne Cid Costa.
Esteve presente na exposição, a coordenadora do Núcleo de Arte, Cultura e Educação (NACE) da Semec, Marta Ferreira, que reafirmou o compromisso da Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Educação, em promover a vivência em arte entre os estudantes municipais.
“Tudo começa com a contratação de 20 mestres das artes pela Prefeitura e as formações constantes com os professores de arte da rede municipal. Agora é hora de prestigiar essa produção”.
Serviço: A exposição “Origem” vai ficar aberta para visita até o dia 30 de abril. Mais informações: (91) 98018-5094
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