Com o tema “Os pequenos cientistas da terra”, a Escola Municipal de Educação do Campo Madalena Travassos, em Mosqueiro, realizou a I Mostra Científica e Cultural, resultado das atividades realizadas durante todo o ano letivo de 2022.
A diretora Carla Lagoia, explica que a Mostra Científica e Cultural é um marco na construção pedagógica da escola, que trabalha um tema proposto pela comunidade durante a jornada pedagógica no assentamento Paulo Fontelles. “Os professores compreenderam a importância de valorizar o trabalho na terra com o cunho científico de conhecimento”, afirma a diretora.
Durante o ano, a Emec Madalena Travassos trabalhou com os alunos o tema gerador: De onde vêm os alimentos – Madá aprende e ensina. Cada turma atuou com um subtema, trabalhando a questão científica e a consciência ambiental.
Carla Lagoia ressalta, que os agricultores aprendem que toda terra é produtiva se for trabalhada de forma sustentável e agroecológica, tornando-os cientistas da terra.
Vivências ambientais com fauna e flora regionais
A turma do Maternal II apresentou a exposição de mudas das plantas medicinais; o Jardim I expôs tudo que aprendeu sobre os insetos e o seu ciclo de vida, em especial, a borboleta e a abelha; o Jardim II apresentou a importância da água e como preservá-la. A turma do 1º ano escolheu o açaí para falar sobre as sementes deste fruto e do pracaxi, andiroba, samaúma; os estudantes do 2º ano apresentaram a importância de preservar a floresta destacando o jatobá e a samaúma; e o 3º ano apresentou uma exposição alusiva às aves da ilha e como devemos protegê-las dos predadores e caçadores de animais.
A I Mostra Científica e Cultural proporcionou pesquisa e vivência entre os alunos e professores. De uma forma lúdica, cada turma se tornou guardiã das plantas, dos insetos, das águas, das sementes, das florestas, e das aves, transformando-se em cientistas da terra em Mosqueiro.
Conhecer e multiplicar conhecimento
O interessante deste trabalho foi que os estudantes conheceram melhor os animais, frutas, plantas e árvores que estão no quintal de casa e nem sempre são valorizados.
“Foi valioso trabalhar neste projeto. Sou uma pessoa urbana e hoje tenho uma outra concepção do que é o plantar. Ensinei e aprendi. A gente conseguiu envolver a comunidade, buscar dos pais e avós o conhecimento da vivência deles no campo. É uma troca de saberes e uma oportunidade de dar voz as crianças”, informa a professora do Maternal II, Maristela Corrêa.
Os pais ficaram felizes com a empolgação dos filhos nas apresentações dos trabalhos e de tudo que aprenderam. A dona de cada, Eliane Lima, 38, é mãe do aluno Marcos Jean Cardias Lima, 7 anos, do 1º Ano.
“É uma alegria ver este evento no encerramento do ano letivo, que homenageia coisas de nossa terra, resgatando nossas raízes culturais e incentivando a formação de pequenos cientistas da terra. Desperta nossos sentidos aos saberes e sabores da terra que tanto amamos”, disse Eliane, que é formada em Geografia Agrária.
Saber e cultura regionais
Na parte Cultural, a escola promoveu o encontro de dois bois brincantes do Acará (Revolvido – Quilombo Guarajá-Miri) e de Mosqueiro (Flor da Infância- Quilombo Sucurijuquara). Também houve a apresentação da lenda da Samaúma.
A equipe da Coordenação da Educação do Campo, das Águas e das Florestas (Coecaf), da Semec, prestigiou o evento junto com a Coordenação da Educação Infantil (Coei), que realizou uma contação de história. O evento contou com a parceria da Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan), que apresentou a proposta de reaproveitar as garrafas pets para produção de pufs.
Texto: