Alfabetiza Belém faz caminhada pela cidade e propõe novo encontro com a educação

• Atualizado há 2 anos ago

Com a intenção de ensinar a leitura e escrita dos códigos linguísticos, a partir de uma perspectiva crítica da realidade, a Prefeitura de Belém percorreu pelas ruas da cidade, neste sábado, 28, para convidar as pessoas que ainda não são alfabetizadas fazerem inscrição nas 120 turmas ofertadas pelo município. Um dos pontos de mobilização foi a Vila da Barca, no telégrafo, onde ocorreu a chamada Caminhada da Alfabetização.

A ação faz parte do programa Alfabetiza Belém, prioritário da gestão municipal, coordenado pela Secretaria Municipal de Educação (Semec) em parceira com instituições de educação e movimentos sociais. A coordenadora Márcia Carvalho, da Semec, informa que a programação vai se repetir no próximo dia 4 de junho, para intensificar as inscrições que já começaram nas escolas municipais e que seguem até o dia 31 de maio.

Cortejo – “Hoje estamos em grandes cortejos culturais, com caminhadas e panfletagens em pontos estratégicos que já se têm conhecimento que há pessoas não alfabetizadas, como a Vila da Barca, além do bairro da Terra Firme e Bengui”, disse Márcia. Ela explica que as aulas serão em espaços que ficam nas comunidades, como igreja, associações de moradores e que, até outubro, pretende-se alfabetizar 2.400 pessoas. Depois, o programa segue para a segunda etapa alfabetizando mais 2400 pessoas ainda este ano.

“Vamos estimular e encantar essas pessoas para uma leitura com uma visão ampla e crítica da realidade. A ideia é que eles, depois de alfabetizados, sejam inseridos na rede municipal de ensino nas turmas da educação de jovens, adultos e idosos, para concluir o ensino fundamental”, comentou a coordenadora da caminhada.

A Universidade do Estado do Pará (Uepa) foi representada pelo professor João Colares e seus alfabetizadores reafirmando a importância do trabalho coletivo nesta ação. 

A Associação dos Moradores da Vila da Barca, que promove um trabalho com os idosos das comunidades, acompanhou ação. “Não tem idade para ser alfabetizado. Será uma renovação para essa “juventude” de 70, 80 anos poder ser alfabetizado e quem sabe até chegar numa universidade, tornando-se um bom exemplo para as crianças e jovens refletirem sobre a caminhada deles. Fico muito grata pela parceria”, disse Vilma Oliveira de Souza, 57 anos, coordenadora da Associação de Moradores da Vila da Barca. 

Turmas – O programa Alfabetiza Belém pretende alfabetizar mais de 11 mil pessoas até 2024, com turmas com 2h30 de aulas de segunda a sexta-feira. A satisfação e transformação também atinge os alfabetizadores, como conta a Vick Ardolo, de 24 anos, graduanda do oitavo semestre de Licenciatura em Ciências Sociais.

“Sou uma trabalhadora da comunidade da Vila da Barca, na educação popular há 3 anos, então sei a demanda da comunidade. A educação pra mim é uma ferramenta de transformação e nós temos que chegar a esses moradores”, comentou a jovem. 

Bonaura Souza, de 49 anos, trabalha desde nova como diarista. “Já me interessei, porque é muito importante e nunca é tarde pra aprender. Criei meus filhos sozinha e todos estudaram. Agora, quero estudar e encontrar um trabalho melhor, ter uma profissão”.

Os irmãos Cristina Suely Guerra Chaves, de 60 anos, e Ricardo Guerra Pereira, de 47 anos, aceitaram de imediato o convite. “Tive que trabalhar cedo com a minha tia e sempre tive vontade de saber ler. Meus filhos conseguiram estudar e eu e o meu vamos ter, agora, a oportunidade de aprender agora”, disse Cristina.

Texto: Tábita Oliveira

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