A Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semec), orientou as escolas a reforçar o apoio pedagógico aos alunos que apresentaram dificuldades na aprendizagem ainda em decorrência das aulas não presenciais durante a pandemia da covid-19. O reforço integra o Programa Alfabetiza Belém, prioridade na política educacional de Belém.
Entre as unidades educativas com alunos em déficit no aprendizado está a Escola de Educação Infantil e Ensino Fundamental (EMEIF) Miguel Pernambuco Filho, localizada no bairro do Jurunas, que começou no início deste mês o reforço escolar associado a atividades lúdicas e recreativas, responsabilidade dos professores de Artes e de Educação Física.
São 20 crianças, com idade entre 8 e 10 anos, que atenderam ao chamamento da escola para aprimorar a leitura e a interpretação de texto, no horário das 14h às 17h.
“Eu diria que essas atividades são de extrema importância tendo em vista que na pandemia, além da perda do processo de aprendizagem, houve prejuízos para o desenvolvimento cognitivo e perda na socialização no ambiente escolar”, relata o diretor da unidade, Wilson Paulo Caldas Almeida.
Esta é a segunda vez que a escola se organiza para atendimento aos estudantes no período do recesso. “Em julho de 2022, fizemos a primeira experiência das aulas de reforço, e, como o resultado foi bastante satisfatório, resolvemos aplicar agora em janeiro. O ideal seria fazermos durante todo o ano no contraturno, aos poucos vamos ajustando”, pontua Wilson.
Bons frutos – A doceira Stheicy da Silva Santana, de 33 anos, é mãe do estudante Derlyson da Silva e comemora a evolução do filho com o ensino reforçado no recesso escolar. “Ele estava com muita dificuldade na parte da leitura, mas evoluiu muito e saiu do terceiro para o quarto ano já sabendo ler e escrever melhor”, conta.
“Eu estou achando legal porque a gente aprende se divertindo”, opina Ana Beatriz Castilho Monteiro, de 5 anos, da turma dos pequeninos da Miguel Pernambuco.
Duas Irmãs em ritmo de ensino, aprendizado e diversão
Outra escola que entrou em ritmo de aulas reforçadas foi a Escola Municipal de Educação Infantil e Fundamental (EMEIF) Duas Irmãs, no Tapanã, com práticas pedagógicas voltadas para a alfabetização de 30 crianças do 3° ano em tempo integral, funcionando de segunda a quinta-feira, e às sextas-feiras com recreação.
“E ainda temos o momento do descanso com leitura e muitas outras atividades lúdicas”, diz a diretora Vanessa Machado, acrescentando que todas as ações são voltadas para o avanço na aprendizagem.
Vanessa relata sobre a alegria em observar a evolução das crianças a cada dia. “Elas aprendem e contam com atividades lúdicas e recreativas no período de férias, é uma festa. Além do que recebemos o apoio dos pais e responsáveis por entenderem a importância da escola assegurar boa leitura e escrita”.
Avanços – Maria Benedita dos Santos, avó do estudante Gabriel, está satisfeita com os resultados obtidos pelo neto com as aulas extras. “Eu quero parabenizar essa iniciativa da ‘Duas Irmãs’, porque eu tenho acompanhado a evolução do Gabriel neste período em que ele está na escola com esse reforço. Ele está sendo alfabetizado e também indo muito bem em Matemática. Estão caprichando com essas crianças, da refeição aos ensinamentos”, diz.
O acolhimento da escola para reforçar a leitura e a escrita também foi festejado por Elizabeth Cristina Santos da Graça, mãe da Rebeca, 8 anos.
“Estamos vendo resultados positivos na aprendizagem. Ela descobriu uma letra e dessa letra veio o alfabeto e do alfabeto muitas coisas a aprender. Ela também quer, agora, compartilhar o que tem com os coleguinhas, quer dizer, na escola não se aprende apenas as letras e os números”, agradece Elizabeth, ao observar que a filha Rebeca descobriu na escola e na leitura um mundo mágico de possibilidades.
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